tag:blogger.com,1999:blog-18361406151324390192024-03-13T11:55:09.386-03:00Instituto Caio Prado Jr. Minas GeraisSeção mineira do Instituto de Estudos Sociais, Políticos e Econômicos Caio Prado Jr. - Fundado em 2008Alex Lombello Amaralhttp://www.blogger.com/profile/03143917102494571291noreply@blogger.comBlogger66125tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-4442399808746769252013-09-24T15:59:00.002-03:002013-09-24T16:12:49.165-03:00II Ciclo de Conferências Socialismo e Educação. Mesa 1, parte 1.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Assista à primeira conferência do II CCSE, realizada no dia 19 de agosto de 2013, pelo youtube:</div>
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Parte 1: Apresentação e Antônio Júlio Menezes Neto (UFMG)<br />
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http://www.youtube.com/watch?v=pK91bEf6dBk</div>
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Parte 2: Paulo Denisar Fraga (UNIFAL-MG)<br />
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<div style="text-align: center;">
http://www.youtube.com/watch?v=gLalHxF7hTQ</div>
<br />
<br />
Parte 3: Marcos Del Roio (UNESP)<br />
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http://www.youtube.com/watch?v=nb150ujPPMM</div>
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Parte 4: Debate com o público<br />
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http://www.youtube.com/watch?v=L7C_bR_y1tI</div>
Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-90159875157313736892013-08-12T15:24:00.001-03:002013-08-12T15:24:08.736-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy1lnhsRwwkBdYE-0TFoca2w4UtXUnbp46LnS4XFhA59l_niAeobId7PsKJrXAytbJ6LMfXQ-uZmRaNlq0PvA3ynoEU_o1gyIadKCHflZQrREDKtHdBsfRP8rAawmWWujbreLw2zoL8HU/s1600/ciclo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy1lnhsRwwkBdYE-0TFoca2w4UtXUnbp46LnS4XFhA59l_niAeobId7PsKJrXAytbJ6LMfXQ-uZmRaNlq0PvA3ynoEU_o1gyIadKCHflZQrREDKtHdBsfRP8rAawmWWujbreLw2zoL8HU/s640/ciclo.jpg" width="640" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjztf05vEXWDs1AE7nc9eJLi5apjqtw3k47AeOrGFXXOdmjyj1DttlXLCWSjnY2J8JPRDfkg0lFwuCKtMegIiV7ChxUjrWA53lZDeZB_WMJP0d5vFzZ7uRrPSPpoffzA3nstBtm81UvC9U/s1600/cilclo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjztf05vEXWDs1AE7nc9eJLi5apjqtw3k47AeOrGFXXOdmjyj1DttlXLCWSjnY2J8JPRDfkg0lFwuCKtMegIiV7ChxUjrWA53lZDeZB_WMJP0d5vFzZ7uRrPSPpoffzA3nstBtm81UvC9U/s640/cilclo.jpg" width="456" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-30066038219404569792013-06-20T10:18:00.001-03:002013-06-20T10:35:32.856-03:00O Brasil sai às ruas<div style="text-align: justify;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5094" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
<span id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5095">Todos os brasileiros estão acompanhando a onda de manifestações nas ruas por meio da grade mídia, de redes sociais e em debates com organizações políticas e movimentos sociais. </span></div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5094" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5094" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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As grandes manifestações de massa, com milhares de pessoas, constituem um processo social que conjuga o velho e o novo. Por um lado, o ato de protestar no Brasil se sustenta em uma longa história de rebeldia e de luta pela liberdade que vem desde, pelo menos, o início da colonização, com as revoltas de indígenas e africanos escravizados. Durante os últimos 500 anos foram inúmeras as revoltas, insurreições, rebeliões, revoluções e outros tipos de lutas sociais realizadas por nossos ancestrais. Nas últimas décadas o Brasil teve dois grandes momentos de levante de massas: 1985, com a luta pelas eleições diretas, o Movimento Diretas Já!; e 1992, durante o protesto contra o primeiro presidente eleito diretamente após a Ditadura Militar (1964-1985), por denúncias de corrupção, com o Movimento Fora Collor. </div>
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<div style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5093" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5093" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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O principal sujeito da atual onda de manifestações pelo Brasil é a juventude. As manifestações que neste momento estão ocorrendo no Brasil são as manifestações desta atual geração de jovens que não viveram o Fora Collor, com entre 15 e 25 anos de idade, aproximadamente 35 milhões de brasileiras e brasileiros. Uma juventude de estudantes secundaristas e universitários, que nunca antes havia tomado as ruas ou vivido um processo de manifestação popular. Uma juventude sem orientação partidária, de direita ou esquerda, e que está aprendendo o que é uma manifestação na prática.</div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5093" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<br /></div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5093" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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Podemos afirmar que perguntar "que forças articulam este movimento", é não compreender o que está acontecendo no país. Existem organizações ("forças") que também estão saindo às ruas, e vão desde grupos de esquerda, partidos e movimentos sociais que são "velhos de rua", passando por grupos anarquistas, grupos de direita, até torcidas organizadas de futebol. </div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5150" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5150" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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Porém, em termos de país, nenhum desses grupos tem hegemonizado os protestos de rua. Em casos específicos e locais, sim, há grupos que hegemonizam, como muitas manifestações puxadas por grupos de direita em cidades do interior. </div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5151" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5152" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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Trata-se, por um lado, da chegada ao Brasil de uma série de ondas de protestos de massa que se iniciou em 2011 no Norte da África, a chamada Primavera Árabe, e que tem eclodido nos países da Europa em crise (principalmente Grécia, Espanha e Portugal), e que nos EUA se chamou Occupy Wall Street (Nova York e outras cidades americanas). Este ano foi a vez da Turquia e, agora, do Brasil.</div>
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<div style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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O padrão da Turquia e do Brasil é muito parecido: uma manifestação localizada é duramente reprimida pela polícia. As imagens da repressão ganham a internet e funcionam como convocatórias para outras manifestações. O movimento cresce e as pautas também. O que na Turquia era uma reação de defesa de um parque vira um protesto contra o governo. No Brasil, o que era uma manifestação contra o aumento do transporte público, ganha pautas mais difusas.</div>
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No caso no Brasil, o contexto da Copa das Confederações serve de momento privilegiado para o protesto, pois há uma disseminada indignação sobre os gastos com estádios, a FIFA e as empresas patrocinadoras. O caso de Brasília é bastante emblemático: uma cidade sem tradição de futebol, sem grandes times, onde é construído um estádio inicialmente orçado em 700 milhões e atualmente custando mais que o dobro, 1,5 bilhões de reais. Todos os brasileiros sabem que será um estádio pouco utilizado depois da Copa. Assim se gera uma indignação geral, pois enquanto há muito dinheiro para a copa, não há dinheiro para a educação, saúde, transporte público. E é isso que o povo tem gritado nas ruas, sem carros de som.</div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5154" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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A grande difusão das redes sociais colocou jovens de diferentes classes sociais em contato. Acontece que a juventude decidiu sair do facebook e experimentar as ruas. A lógica que percebe-se é que, se o poder político é sedutor e atraiu muitos antigos militantes sociais para gabinetes e para a gestão do Estado, o poder das ruas é muito atraente para a grande maioria da população que está alijada da participação nas decisões.</div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5155" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5153" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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Assim, o sujeito histórico nas ruas é o povo, e o povo com uma maioria da trabalhadora, assim como pessoas de classes burguesas, muitos militantes de organizações de esquerda, e alguns líderes de torcidas organizadas e militantes de direita.</div>
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Neste cenário, o lugar de quem tem experiência de movimentos de massa, dos históricos militantes de esquerda, é nas ruas. Um dever pedagógico de contribuir para que este movimento não seja apropriado pela direita, e nem pelo governo. Foi interessante o pronunciamento da Dilma no dia 18 de junho. Ela praticamente disse que estará nas ruas manifestando também! Parece não entender que um dos principais alvos dos protestos é o governo federal e suas prioridades.</div>
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A velha política do pão e circo - aqui corporificada nas bolsas e copas - encontra momentos difíceis e inesperados. Os poderosos torcem para a onda passar logo, mas há o risco de o povo gostar e insistir até que haja resultados. </div>
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Especificamente, a redução dos preços dos transportes públicos pode acalmar as massa. Alguma prefeituras de capitais já anunciaram isso.</div>
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É interessante observar ainda que temos um novo tipo de meio de comunicação e mobilização (redes sociais) que está sendo usado para o povo sair às ruas e reivindicar as demandas mais clássicas da história moderna e pós-moderna: investimentos em saúde e educação e combate à corrupção. </div>
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Analisando a situação alguns pontos chamam a atenção:</div>
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1) Ninguém vai dizer que é contra investimentos na saúde e educação. E ninguém vai dizer que é contra o combate à corrupção ou que é favorável à corrupção!. Nenhum governante, e nenhum manifestante. Mas isso não invalida o fato de realmente existirem desvios de dinheiro público em várias áreas do Estado no Brasil, problema que continua e que gera indignação. </div>
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2) Esses temas clássicos continuam problemáticos para a grande maioria da população em seu dia a dia. Isso é real: problemas na áreas da saúde, educação e administração pública. Problemas na saúde (saúde pública precária, domínio dos planos de saúde, formação de médicos, prevenção), problemas na educação (baixos salários dos professores, precariedade da infra-estrutura escolar dos municípios e estados, falta de políticas públicas de estados e municípios para a educação do campo), e denúncias de corrupção e mal uso de recursos públicos são realidades da vida dos brasileiros. </div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5635">
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Em 10 anos o governo federal do PT realizou alguns importantes avanços no atendimento às demandas sociais, mas não foi capaz de enfrentar de modo amplo e eficaz os problemas clássicos da saúde e educação. Talvez pela própria estrutura do Estado brasileiro. Talvez por causa de máfias implacáveis que estão no poder de setores do Estado há décadas. Talvez por causa de uma falta de vontade e de projeto de mobilização popular. </div>
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E a cereja do bolo, ou a gota d'água, é a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Vivemos no dia a dia uma falta de saúde pública, problemas na educação pública e crises de corrupção que não levam à prisão dos condenados. Enquanto isso, há tanto dinheiro para a copa, o que significa dinheiro para os empresários de grupos que gerenciam estádios privatizados, e empresários da Coca-cola, da Nike, da Globo, da AmBev, e outras multinacionais imperialistas, muitas yankees. </div>
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<div style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5156" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
Independente do que vier no futuro, o que assistimos hoje é o maior movimento popular da nossa história recente. E motivos para o protesto não faltam: judiciário moroso e que favorece as classes ricas, serviços públicos de baixa qualidade, distanciamento dos representantes políticos, gastos excessivos com as Copas, privatização de portos, aeroportos e rodovias, ingressos muito caros para os jogos das copas, insegurança pública, falta de infra-estruturas para as chuvas, empresas de celular ineficientes, indústria da seca no nordeste, a construção de Belo Monte, conflitos entre fazendeiros e indígenas, racismo institucional, homofobia, violência contra a mulher, etc., etc., </div>
</div>
<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5185" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
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<br /></div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
Ou seja, surpreendente era o quadro antes das manifestações: como um povo trabalhador tão explorado, em um país com tantos problemas, mas, ao mesmo tempo, com tantos recursos e possibilidades, não saia às ruas? De certo modo, as manifestações representam a restauração da lógica entre nós, brasileiros! Somos nós, como massa humana nas ruas, lembrando a nós mesmos que nosso poder como massa humana, existe e é imbatível. </div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
Neste momento é necessário que todas as organizações da esquerda socialista, que estão sempre nas ruas, participem do movimento de massa com firmeza, unidade e solidariedade, diferenciando-se, perante a população, dos partidos da ordem burguesa e de grupos de direita fascistas, e contribuindo para a educação popular da juventude que está nas ruas.</div>
</div>
<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
Em experiências de assembléias de rua os manifestantes tem colocado suas reivindicações. Basicamente exigem direitos há 25 anos garantidos pela Constituição mas que não são respeitados a uma grande parte da população em seu dia a dia. Saúde, educação e transporte públicos de qualidade.</div>
</div>
<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiQGNtVWOhaoc9dmFzKXtuyFahkYDLUGP8qjRR5lyCGwyVdMY5K3nLmjG5yVQq_7_dNqEMKhyphenhyphenszC8QJtr1yxg58WTggdx3LsE107tGA_Vxj58613f6Cc6KWpy4O8vUK5KkhooOV2XbfbQ/s1600/photo+s+paulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiQGNtVWOhaoc9dmFzKXtuyFahkYDLUGP8qjRR5lyCGwyVdMY5K3nLmjG5yVQq_7_dNqEMKhyphenhyphenszC8QJtr1yxg58WTggdx3LsE107tGA_Vxj58613f6Cc6KWpy4O8vUK5KkhooOV2XbfbQ/s1600/photo+s+paulo.jpg" height="201" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Esta foto de São Paulo mostra os estopins, ou imagens de atos que levaram a uma comoção nacional e serviram de convite às ruas: um PM bate com seu cacetete nas costas de uma mulher, que cai sobre um homem no chão.A mulher está no ar, recebendo o golpe. E a fisionomia do PM que a agride, ao ser observado por outros PMs, expressa um sentimento de ódio e truculência. Ao fundo uma mulher com as mãos sobre a boca parece estupefata pelo que vê, com um princípio de indignação. E ao fundo, à esquerda, outra mulher aponta uma câmera para a cena, registrando-a em video, que depois será postado nas redes sociais e assistido por milhares de outras pessoas, potencialmente em todo o mundo, contribuindo para a disseminação das representações audio-visuais dos protestos e como convite à participação popular.</div>
<div id="yui_3_7_2_1_1371731118413_5184" style="font-family: 'Courier New', courier, monaco, monospace, sans-serif; font-size: 16px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-64734680779450042722013-06-09T19:16:00.001-03:002013-06-09T19:16:11.751-03:00 O que a mídia não conta acerca da explosão social na Turquia - por LibreRed<span id="yui_3_7_2_1_1370813745733_2989" style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Um dos </span><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">argumentos mais utilizados pelos grandes meios de comunicação ocidentais quando se trata de interpretar a origem da explosão social nas ruas da Turquia é a deriva islâmica e autoritária do governo de Recep Tayip Erdogan.</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Deste modo, os </span><i style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">mass media </i><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">centram toda a atenção na disjuntiva islamismo-laicismo e autoritarismo-democracia, fazendo uma análise simplista e parcial da realidade que vive estes dias o país euro-asiático.</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Mas para analisar com maior profundidade a recente revolta popular nas ruas de cidades como Istambul ou Ancara seria preciso adoptar outra perspectiva e por a lupa nas políticas sócio-económicas que o executivo tem desenvolvido nestes últimos anos.</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">O governo de Erdogan, integrado pelo Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), chega ao poder no ano de 2002 num contexto de crise económica (crise financeira de 2001) onde acorda um programa de medidas de feitio claramente neoliberal com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que passam pela privatização do sector público, reformas laborais e drásticos cortes sociais.</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Um ano depois de chegar ao governo, em 2003, é aberto o caminho à privatização da empresa pública de telecomunicações Turk Telekom </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[1]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> . No ano seguinte, 2004, põem-se à venda companhias de bebida, fábricas de aço e a as Linhas Aéreas Turcas </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[2]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> .</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Desde então, inicia-se um processo que não tem marcha-atrás. Em 2007, dá-se sinal verde à privatização da empresa pública de tabacos da Turquia, Tekel </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[3]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> . Em 2008, é a vez da rede eléctrica, com a venda de duas companhias de distribuição em Ancara e Sakarya-Kocaeli </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[4]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> . Além disso, nesse mesmo ano anuncia-se a venda de banco de propriedade estatal Halkbank e a privatização de 15 por cento das acções da Turk Telekom.</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Em 2009, o governo aprova legislação para conceder a água dos rios, dos lagos e das albufeiras às corporações privadas. Isto significa que os recursos hídricos podem ser transferidos a corporações, que até então controlavam só os serviços de distribuição </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[5]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> .</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Diante disto, a Confederação dos sindicatos camponeses turcos, Çiftçi-Sen, juntamente com mais de 100 outras forças de oposição social que defendem o reconhecimento do direito à água, constituem uma plataforma chamada "Não à comercialização da água" e manifestam-se maciçamente em 15 de Março de 2009 em Istambul no âmbito do Fórum Mundial da Água </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[6]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> .</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Em 2011, o governo de Erdogan inicia as negociações para a privatização </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[7]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> de 2.000 quilómetros de auto-estradas e pontes do país. Desta maneira o executivo turco pretende ceder ao capital privado até nove rodovias com portagem e duas pontes sobre o Bósforo, vias de comunicação muito importantes na área de Istambul.</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Através da chamada "Administração de Privatizações" (OIB na sua sigla em turco), Erdogan procurar fazer avançar um pacote de privatizações no país que inclui o têxtil, a mineração, o petróleo, a alimentação e o transporte marítimo, dentre outros sectores </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[8]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> .</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Em Fevereiro desse mesmo ano, 10 mil pessoas manifestam-se no centro de Ancara em repúdio à reforma laboral do governo que, entre outras medidas, inclui a redução do salário mínimo para os jovens, a possibilidade de transferência dos funcionários e permite a contratação de empregados sem seguro social </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[9]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> .</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Muitos dos presentes à manifestação gritam em coro: "Isto é Ancara, não o Cairo", "Tayyip, chegou a sua vez" e "Tayyip, te desejamos um final [tão] feliz como o de Mubarak".</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">As directrizes neoliberais aplicadas durante estes últimos anos geraram um aumento da desigualdade social no país. Segundo a revista </span><i style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Forbes, </i><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">em Istambul, capital financeira da Turquia, havia um total de 35 multi-milionários em Março de 2008 (em comparação com 25 em 2007), situando-se em 4º lugar no mundo. Um relatório para empresários interessados em investir na Turquia elaborado pelo banco espanhol Banesto assegura que "o país está marcado pela existência de fortes desigualdades de rendimento" </span><a href="http://resistir.info/turquia/o_que_nao_contam.html#notas" rel="nofollow" style="background-color: white; color: #2862c5; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px;" target="_blank"><b>[10]</b></a><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"> . Muitos empregados na Turquia não ganham mais que o salário mínimo de 570 dólares e o rendimento per capita é quase a metade dos rendimentos médios europeus.</span><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><br style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;" /><span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">Talvez este conjunto de factores ajude a explicar o mal-estar social que deu origem aos distúrbios hoje vividos na Turquia, para além do enfoque liberal que a imprensa do Ocidente pretende dar dos mesmos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #454545; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span>
<span id="yui_3_7_2_1_1370813745733_2991" style="color: #454545; font-family: arial;"><b id="yui_3_7_2_1_1370813745733_2999">Referências: </b><br />[1] <a href="http://elpais.com/diario/2003/11/12/economia/1068591610_850215.html" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_2996" rel="nofollow" style="color: #2797da; outline: 0px;" target="_blank">elpais.com/diario/2003/11/12/economia/1068591610_850215.html</a><br />[2] <a href="http://spanish.peopledaily.com.cn/spanish/200402/12/sp20040212_72471.html" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_2997" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">spanish.peopledaily.com.cn/spanish/200402/12/sp20040212_72471.html</a><br />[3] <a href="http://www.icex.es/icex/cda/controller/pageICEX/0%2c6558%2c5518394_5519005_5604470_599968_0_-1%2c00.html" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_2998" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">www.icex.es/...</a><br />[4] <a href="http://www.hispanatolia.com/seccion/2/list%2ctrue/id%2c2119/turquia-iniciara-la-privatizacion-de-su-red-electrica-a-finales-de-abril" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_3000" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">www.hispanatolia.com/...</a><br />[5] <a href="http://www.tni.org/es/article/el-gobierno-de-turquia-preve-una-drastica-privatizacion-del-agua-antes-del-foro-mundial-del#4a" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_3001" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">www.tni.org/</a><br />[6] <a href="http://www.eurovia.org/spip.php?article67&lang=fr" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_3008" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">www.eurovia.org/spip.php?article67&lang=fr</a><br />[7] <a href="http://www.cincodias.com/articulo/empresas/turquia-inicia-privatizacion-2000-kilometros-autopistas/20110830cdscdiemp_16/" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_3007" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">www.cincodias.com/...</a> as/turquia-inicia-privatizacion-2000-kilometros-autopistas/20110830cdscdiemp_16/<br />[8] <a href="http://www.oib.gov.tr/index_eng.htm" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_3006" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">www.oib.gov.tr/index_eng.htm</a><br />[9] <a href="http://www.abc.es/agencias/noticia.asp?noticia=677519" id="yui_3_7_2_1_1370813745733_3005" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">http://www.abc.es/agencias/noticia.asp?noticia=677519</a><br />[10] <a href="http://comercioexterior.banesto.es/es/elija-su-mercado-objetivo/perfiles-de-paises/turquia/economia" rel="nofollow" style="color: #2862c5; outline: 0px;" target="_blank">comercioexterior.banesto.es/...</a> </span>Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-77259294619949669412013-06-09T18:48:00.000-03:002013-06-09T19:09:40.046-03:00CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA TEM INÍCIO EM JUIZ DE FORA<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilRI4wFuiXOALUoxJPGcqfbfoL1cGqGtmY2fjNJB5ggvbyrBCCyHOhzA3JLuyJ9ESRs2OBKJxMmA2gWBDuZtu_k44Cp-5VwXh11Yr5SQVi2Bh80q2bp3Nmxf8QQ_UYQPWZ-2UW_KZkhoo/s1600/Convite+CF+M-1b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilRI4wFuiXOALUoxJPGcqfbfoL1cGqGtmY2fjNJB5ggvbyrBCCyHOhzA3JLuyJ9ESRs2OBKJxMmA2gWBDuZtu_k44Cp-5VwXh11Yr5SQVi2Bh80q2bp3Nmxf8QQ_UYQPWZ-2UW_KZkhoo/s1600/Convite+CF+M-1b.jpg" width="320" /></a></div>
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No sábado, dia 8 de junho de 2013, ocorreu a primeira sessão do curso de formação política do PCB em Juiz de Fora. O local foi a faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora. O público presente que chegou a 40 pessoas era composto por estudantes secundaristas e universitários bem como militantes da cidade de Juiz de Fora e região. O Prof. Pablo Lima, membro do ICP-MG, foi o responsável pela apresentação que orientou o debate, que foi o Socialismo pré-marxiano, a partir de um texto do historiador marxista britânico Eric Hobsbawm. Este autor lembra que o pensamento de Marx e Engels tem suas raízes na filosofia alemã, nos movimentos sociais franceses e na dinâmica econômica britânica. Esta foi apenas a sessão inicial do curso de formação política organizado pelo PCB de Juiz de Fora.Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-66731171581836495812012-07-16T14:29:00.000-03:002012-07-16T14:29:28.471-03:00Caio Prado Jr. e o Comunismo<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdaC8rOH1jc7rXSFxREvjNLHEUYINcLqw5gV7FllPwD0udDE0h-38WDtnnx4COjhrteTAaMD0JK2JDVkL9N8W2eLnKB7cdEfcWoXe2B1cDrMoZ73aibLYK_y5xf7iDtV1OLKgH9XhDNGC5/s1600/comicio_anl.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img $ca="true" border="0" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdaC8rOH1jc7rXSFxREvjNLHEUYINcLqw5gV7FllPwD0udDE0h-38WDtnnx4COjhrteTAaMD0JK2JDVkL9N8W2eLnKB7cdEfcWoXe2B1cDrMoZ73aibLYK_y5xf7iDtV1OLKgH9XhDNGC5/s320/comicio_anl.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Caio Prado Júnior (1907-1990) foi um intelectual marxista, com uma longa trajetória de atuação no PCB. Filiou-se ao partido comunista em 1931 e em pouco tempo destacou-se como dirigente político, nesta época atuando principalmente na Aliança Nacional Libertadora (ANL), espécie de frente de oposição ao governo de Vargas lançada em 1935. Com a eclosão, neste mesmo ano, da Intentona Comunista (tentativa de revolução liderada pelos comunistas), Caio Prado Júnior foi preso, ficando na prisão de 1935 a 1937. De onde parte para viver a II Guerra Mundial na Europa.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Com fim da ditadura de Getúlio Vargas, Caio Prado volta à política e é eleito deputado estadual pelo PCB para a Assembleia Legislativa de São Paulo, em 1946,</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">porém, no ano seguinte, seu mandato é cassado, em virtude do Partido Comunista ter sido colocado na ilegalidade pelo governo Dutra (1946-1951), obedecendo com isso às imposições dos Estados Unidos, que dava início as hostilidades da Guerra Fria.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Durante os anos 1950 e 1960, Caio Prado Júnior procurou, em sua atuação no interior do PCB, combater a teoria e a prática tão difundida entre os comunistas da época de que a revolução no Brasil ainda teria um “caráter democrático-burguês”, ou seja, segundo o entendimento do PCB naquela época, a luta no Brasil ainda não era pelo socialismo, mas sim por uma revolução contra o latifúndio e contra o imperialismo, que o operariado deve levar a cabo numa aliança com a burguesia nacional. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">A estratégia do PCB baseava-se uma leitura da História do Brasil segundo a qual o país ainda não seria uma sociedade plenamente capitalista, devido ao predomínio da agricultura sobre a indústria na economia brasileira, por isso enquadrava-se muito mais na categoria de país semifeudal, que carecia ainda de uma revolução burguesa. Portanto, somente a superação do latifúndio e do imperialismo desbloquearia o desenvolvimento do capitalismo no Brasil, colocando com isso a revolução socialista na ordem do dia. Daí, a política do PCB, nos anos 1950-1960, ter se direcionado especialmente para a luta pela reforma agrária no país, que poria fim aos tais “restos feudais”.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Neste contexto, em que o PCB seguia a risca as orientações e os esquematismos propostos pela União Soviética, a atuação de Caio Prado Junior caracterizou-se por uma postura de autonomia intelectual e de dissidência política no interior do partido. Caio Prado discordava destas teses defendidas pelo PCB e procurou demonstrar a fragilidade delas em vários de seus trabalhos, como, por exemplo, em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Formação do Brasil contemporâneo (1942)</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Revolução Brasileira (1966)</i>, nos quais se dedicou principalmente aos estudos históricos de onde retirava argumentos para o debate político.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">De acordo com sua visão do processo de formação da sociedade brasileira, Caio Prado procurou demonstrar como que a colonização portuguesa era um capítulo da expansão comercial da burguesia europeia, por isso inevitavelmente ligada ao processo de formação da economia capitalista. Na verdade, a colonização foi um processo subordinado aos interesses da burguesia europeia, que estava em busca de produtos que pudessem ser comercializados com altos lucros no mercado mundial, objetivos que só podiam ser atingidos mediante um processo produtivo calcado num trabalhador altamente explorado, que não podiam ser senão um trabalho escravo.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Portanto, a formação do Brasil estaria submetida a uma dupla determinação: uma externa, caracterizada pela subordinação do país a economia mundial, e outra interna, advinda das relações escravistas de produção. Deste modo, Caio Prado Júnior fugia dos esquematismos advindos do stalinismo, para desenvolver uma reflexão voltada principalmente para a compreensão das particularidades da formação histórica do Brasil, com base na qual deveria se erigir uma estratégia para a revolução brasileira.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmLhz1abZwtE1wLOKNjoDMU649x22TMSD3LicwaDb5ihVewoZ0k0xro0xvweeFj5-NajA3SRdnUK1lEtx9UAUjv0-TgM9QZ6CxslQ4uhYJ-154VpYt-GIybYNxr6patbyP46cpNvhvmD_2/s1600/caio_prado_jr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $ca="true" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmLhz1abZwtE1wLOKNjoDMU649x22TMSD3LicwaDb5ihVewoZ0k0xro0xvweeFj5-NajA3SRdnUK1lEtx9UAUjv0-TgM9QZ6CxslQ4uhYJ-154VpYt-GIybYNxr6patbyP46cpNvhvmD_2/s1600/caio_prado_jr.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Refutando a teoria dos “restos feudais”, Caio Prado refuta também a política da “revolução democrático-burguesa”, defendendo, portanto, a atualidade da revolução socialista para a realidade brasileira. Daí que a luta política no Brasil deveria ser, segundo Caio Prado, não pela partilha da terra e sim onde “se encontram os pontos nevrálgicos do processo revolucionário em curso. A saber, a luta reivindicatória dos trabalhadores rurais por melhores condições de trabalho e emprego.” Para Caio Prado, a revolução brasileira tratava-se de generalizar os direitos trabalhistas para os trabalhadores rurais, de organizar sindicatos, enfim, via na luta direta pela terra uma questão residual, que não devia ser posta à frente de uma luta por reformas nas relações de trabalho, que terminasse, por assim dizer, a tarefa abolicionista, pondo fim a super exploração do trabalhador brasileiro. Observe, portanto, que para Caio Prado, não existem restos feudais no Brasil e sim uma herança da escravidão.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Por mais polêmicas que tenham sido as posições de Caio Prado, uma virtude o singulariza em relação a muitos: o seu marxismo tem uma profunda raiz na história nacional, pela interpretação do Brasil passavam todas as controvérsias que ele ofereceu ao pensamento comunista brasileiro por quase meio século, de modo que a própria ideia de política comunista é sempre pensada a partir da compreensão do conjunto da formação social brasileira em sua especificidade.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Entre os anos de 1955 e 1964, foi editor da Revista Brasiliense, onde desempenhou um importante papel na divulgação e renovação do ideário marxista-comunista no Brasil. Só para se ter uma ideia, foi nesta revista que apareceram as primeiras traduções de textos de Georg Lukács, Lucien Goldmann, Antonio Gramsci, entre outros autores dissidentes da ortodoxia stalinista.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"><span style="font-size: large;">Enfim, Caio Prado foi um intelectual militante que nunca se afastou do partido, procurando reunir teoria e prática em torno se sua luta no PCB. Sua obra tinha em vista servir à luta de classes e à revolução socialista no Brasil. A herança de Caio Prado Júnior para o pensamento comunista deve ser identificada na preocupação com especificidade da formação social brasileira e na importância da democracia para a política comunista.</span></span></div>
<div align="left" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglA0ufKKNKqdq-0LbwKdaledGdJa9IAihwIeJuCPIbziPppz9XJ6jr4zp0hFxmmf3qXoHYxgfwk5LJTYduxu8Ro9ewIj24GV2pckdovaNF86tWDrkgikkHqC6mEPDzprfUUs_yifudBiLV/s1600/150px-Caio_Prado_Junior.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"></span></a></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17509209691013219337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-63891106281273056232012-05-02T22:33:00.001-03:002012-05-03T10:04:25.354-03:00Diálogos sobre Trabalho, Socialismo e Educação - Veja videos aqui!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRGkWyfoqX0u_1wTkS8IkLxw2ZsfCzVCT3zE7BxqJipvvlveJPds9pQeh4JC0F6c221XrhIQ98Jbyf_SchgocCQsFxR6d9WHRMBJQKxp1WuRXfD9LTKMqOqL9Twm2vkjezxJWw0NzRhVI/s1600/Dialogos+TSE+Cartaz+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRGkWyfoqX0u_1wTkS8IkLxw2ZsfCzVCT3zE7BxqJipvvlveJPds9pQeh4JC0F6c221XrhIQ98Jbyf_SchgocCQsFxR6d9WHRMBJQKxp1WuRXfD9LTKMqOqL9Twm2vkjezxJWw0NzRhVI/s320/Dialogos+TSE+Cartaz+1.jpg" width="226" /></a></div>
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Diálogos sobre Trabalho, Socialismo e Educação - Parte 1: Apresentação com Prof. Pablo Lima (UFMG)<br />
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Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=ily_Anrq6kg <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://0.gvt0.com/vi/ily_Anrq6kg/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/ily_Anrq6kg&fs=1&source=uds" />
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<br />
Partes 2 e 3: Apresentação do trabalho de Filipe Raslan (Unicamp):<br />
<br />
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=ffTGCUlJN78 <br />
<br />
Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=oKz0XgClpbM<br />
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<br />
Partes 4 e 5: Apresentação do trabalho de Fernando Conde (UFMG):<br />
<br />
Parte 4: http://www.youtube.com/watch?v=96aCfO1JYgs<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/96aCfO1JYgs?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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Parte 5: http://www.youtube.com/watch?v=m2AVDWP4_9s<br />
<br />Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-36565701796549580852011-09-18T19:25:00.000-03:002011-09-18T19:25:37.921-03:00REVISTA NOVOS TEMAS NÚMERO 04<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSSc2wlQwHAl7ba3si-ujNeyJiZfwlbXb3Uq9EILOMoOGIlq3Sp-YELxUiZ84PAc-6DCiXOux-I6ntdPoUhkNtf-cu4KX99LfiudTMpBBuq4aZVLi3lFbHKqGwME_HQCCddUSc2SWmKoo/s1600/novos-temas-04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" rba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSSc2wlQwHAl7ba3si-ujNeyJiZfwlbXb3Uq9EILOMoOGIlq3Sp-YELxUiZ84PAc-6DCiXOux-I6ntdPoUhkNtf-cu4KX99LfiudTMpBBuq4aZVLi3lFbHKqGwME_HQCCddUSc2SWmKoo/s320/novos-temas-04.jpg" width="240" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Apresentação</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A Revista Novos Temas traz, neste número, o seu primeiro dossiê que trata da questão da Comuna de Paris quando essa experiência de luta pelo poder, realizada pelos trabalhadores franceses, em especial pelos parisienses, faz 140 anos. Trata-se de um debate que tem motivado intelectuais e militantes marxistas na compreensão e aprofundamento do que representou a luta dos trabalhadores parisienses de 18 de março a 28 de maio de 1871. Foram 72 dias em que o futuro da humanidade esteve em disputa e os trabalhadores, que lutaram nas barricadas de Paris e que foram massacrados pelas tropas da contra-revolução, motivaram uma nova vaga revolucionária pós-primeira guerra mundial, com a Revolução Russa de 1917.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Neste dossiê, apresentamos, a partir da maturação do debate, da pesquisa e dos estudos, que, no decorrer do presente ano está movimentando os marxistas e revolucionários em encontrar pistas, conexões e perspectivas do que foi a Comuna de Paris, qual o seu legado histórico. Tem textos de intelectuais acadêmicos que tem grande envolvimento com a luta de classes em nosso país e que trouxeram para o debate recortes interpretativos que possibilitam entender a Comuna não como exemplo, mas como lição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Publicamos os artigos dos professores João Quartim de Moraes, que discute as questões da Guerra Franco-prussiana, da revolução e da contra-revolução na França, em especial de 1870 a 1871, levando em considerações os antecedentes históricos, a posição de Marx e Engels sobre a Comuna e a reflexão sobre esse episódio histórico. Milton Pinheiro apresenta um debate sobre a Comuna de Paris a partir da Guerra, da instalação da dualidade de poder no decorrer dos episódios da Comuna e a discussão da possibilidade da transição que foi derrotada. O historiador Osvaldo Coggiola discorre sobre as relações da primeira internacional operária e a Comuna de Paris, utilizando-se dos clássicos para enfrentar esse debate. Mauro Iasi oferece um debate sobre a Comuna de Paris numa construção metafórica sobre as raízes terrenas da crítica ao céu. Paulo Barsotti trata da auto-emancipação dos trabalhadores e da necessidade da destruição do Estado. O Professor Antônio Carlos Mazzeo entra no debate de Lênin e a Comuna e, por fim, mas não por último, o cientista político e tradutor Luciano Martorano desenvolve a questão da socialização e Comuna no pensamento de Karl Korsch.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esperamos, com esse número, contribuir para debater e aprofundar o acontecimento histórico que é considerado como a primeira revolução operária de nossos tempos, ao tempo em que homenageamos os trabalhadores, homens e mulheres que tombaram nas barricadas de Paris em defesa da humanidade. Aos comunardos que foram fuzilados no muro do cemitério Père-Lachaise, a bandeira vermelha que vocês levantaram continua sendo a bandeira da emancipação humana sob qual todos nós, marxistas e revolucionários lutamos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os Editores</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-16574735013643077942011-08-19T10:03:00.000-03:002011-08-19T10:03:21.286-03:00José Paulo Netto assume a presidência do Instituto Caio Prado Jr.<div style="text-align: justify;">O professor José Paulo Netto assumiu, na última semana, a presidência do Instituto Caio Prado Jr. (ICP), em evento realizado no Rio de Janeiro. “Estou muito gratificado pela indicação. Agradeço a confiança e afirmo que vou me doar, no limite de minhas possibilidades, para o ICP”, afirmou o intelectual comunista.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Doutor em Serviço Social, professor emérito da ESS da UFRJ e autor, entre outras publicações, de “Ditadura e Serviço Social - Uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64”, “Capitalismo Monopolista e Serviço Social”, “Crise do Socialismo e Ofensiva Neoliberal” e “Democracia e transição socialista”, José Paulo Netto é militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e assume a função no lugar de Antônio Carlos Mazzeo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sua nova responsabilidade coincide com um momento de intenso trabalho do Instituto, que acaba de lançar o primeiro número do “Cadernos do ICP”, Gramsci e o conceito de hegemonia, e prepara a publicação da quarta edição da revista Novos Temas. Aliás, a primeira medida anunciada em sua posse é o convite aos intelectuais Miguel Urbano Rodrigues (Portugal), Carlos Lozano Guillen (Colômbia) e Marcos Domich (Bolívia) para integrarem o conselho editorial da revista teórica marxista.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em sua posse, José Paulo falou sobre a importância que o Instituto Caio Prado Jr. deve ter na formulação do ideário marxista em um momento de crise do capitalismo e crescente exploração sobre as classes trabalhadoras pelo mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ICP e os “Cadernos”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Instituto Caio Prado Jr., que será dirigido pelo professor, é um centro de estudos e pesquisas cuja ênfase é a análise de questões políticas e filosóficas e dos problemas centrais do trabalho na sua contradição com o capital, dos movimentos sociais, da economia, da política e da história. Reúne professores, intelectuais, militantes sociais e pesquisadores de diversos matizes teórico-políticos dentro do espectro que se formou em torno do pensamento de Marx, Engels e demais filósofos do campo marxista. Em sua mais recente iniciativa, a entidade lançou a coleção Cadernos do ICP, publicação quadrimestral para a difusão de conteúdos normalmente tidos como herméticos à maioria dos trabalhadores e até mesmo militantes comunistas. O primeiro número, publicado na posse de José Paulo Netto, traz o texto “Gramsci e o conceito de hegemonia”, do historiador Ricardo Costa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além do primeiro número dos cadernos, o ICP lançou recentemente o livro "Caio Prado Junior: história e sociedade", que agrega os trabalhos apresentados no seminário sobre Caio Prado realizado em parceria com o CEMARX-Uneb, em outubro de 2010.</div><br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-90656970021253894032011-07-27T11:23:00.001-03:002011-08-19T10:04:08.667-03:00REVISTA NOVOS TEMAS NÚMERO 03<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhewq2IBH40rZXe1IFpNMais_xMflN4LlDwj21hXxq4IQ_xoAQyVZYu4GBMEkQ0rhPLDSAG91vp8Vyqx9MO45iiaSxShfaKZM6bKeUuJx5JknayguW5Y0swqrTDVrUvWHzyhIKK3ov_Zqg/s1600/novos-temas-03-.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhewq2IBH40rZXe1IFpNMais_xMflN4LlDwj21hXxq4IQ_xoAQyVZYu4GBMEkQ0rhPLDSAG91vp8Vyqx9MO45iiaSxShfaKZM6bKeUuJx5JknayguW5Y0swqrTDVrUvWHzyhIKK3ov_Zqg/s1600/novos-temas-03-.jpg" t$="true" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #38761d;"><strong>A</strong></span><span style="color: #f1c232;"> Novos Temas chega a seu terceiro número. O que pode parecer pouco para alguns é, na verdade, muito para uma revista que apesar de consolidada e vista como instrumento de debate vivo das questões centrais de nosso tempo pelos setores de vanguarda, ainda enfrenta problemas de todas as ordens. Por isso, é com orgulho de lutadores que apresentamos Novos Temas 03.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"></span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;">Neste número trazemos uma entrevista com um dos mais importantes filósofos marxistas da atualidade, Leandro Konder, que em 2010 recebeu Menção Honrosa do Prêmio Casa de las Américas por seu livro Memórias de um Intelectual Comunista. Nessa entrevista Konder fala de sua vasta e importante obra e aborda conceitos fundamentais da Teoria Social marxiana e da contribuição do filósofo húngaro György Lukács para o marxismo contemporâneo.</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;">Na seção Fundamentos apresentamos o texto de Karl Marx, Crítica do Programa de Gotha, escrito em 1875 para o Congresso das organizações operárias, realizado entre os dias 22 e 27 de maio de 1875, na cidade alemã de Gotha, que tinha por objetivo fundar o Partido Socialista Operário Alemão. Esse texto ainda de grande importância e atualidade para a crítica do oportunismo e reformismo intrínseco à socialdemocracia, foi publicado por Friedrich Engels somente em 1981 em Neue Zeit.</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;">Na seção Artigos, publicamos textos dos professores Marcos Cassin, sobre a construção do pensamento de Marx e Engls, enquanto corte epistemológico de rupturas e continuidades; Silvana Aparecida de Souza, que aborda a temática das novas formas de exploração do trabalho e Sílvio Luís de Almeida, que discorre sobre a essência do direito sob a ótica do Materialismo Dialético.</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;">Na seção História Imediata, trazemos ao leitor um balanço provisório da crise da sociabilidade do capital, com três vigorosos artigos. Francisco José Soares Teixeira perfaz a trajetória da socialdemocracia em seus diversos momentos históricos, inclusive sua chegada ao Brasil, com o Partido dos Trabalhadores. Virgínia Fontes analisa a construção do que denomina Capital-Imperialismo, enquanto portador de juros, concentrador e expropriador do trabalho e dos recursos sociais. Jorge Beinstein discorre sobre os aspectos sociais da crise do capital, analisando o fim do crescimento global e suas conseqüências que hoje materializam-se na crise das periferias capitalistas e na crise nuclear gerada pelo tsunami no Japão.</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;">Na seção Ideias em Movimento, Antonio Carlos Mazzeo resenha o livro do filósofo György Lukács, Chvostimus und dialektik, a partir de sua edição italiana, que poderia ser traduzido como “Reboquismo e Dialética”, ainda inédito no Brasil. Nesse livro, Lukács debate as críticas e reelabora conceitos de seu já clássico História e Consciência de Classes. Ricardo da Gama Rosa Costa resenha o livro de Virgínia Fontes, o Brasil e o Capital Imperialismo: teoria e História, que analisa o capitalismo contemporâneo, onde verifica-se a ampla expansão do capital monetário impondo novas formas de expropriação da força de trabalho e convertendo as atividades humanas em mercadorias e instrumentos de valor de troca.</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;">Com esses materiais esperamos que o número 03 de Novos Temas continue a contribuir para a análise crítica e para o debate da realidade hodierna da sociabilidade do capital.</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;"><br />
</span></div><span style="color: #f1c232;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #f1c232;">Os Editores</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-81139433800084498062011-07-25T12:25:00.001-03:002011-07-25T12:25:27.666-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_RyZ5Enoah6N7lNejSE1T_4RPs17jWRbMUV1L0FW_T8_FZfHHvWacj4yc5J_Cg41n3tLh0hNOFvoL19BBfr91dSP7XmFR_coo8mKye7udESNemXEaJuhdjn3cKJa2GJ0hVqXLJipC8qM/s1600/cuba26072011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_RyZ5Enoah6N7lNejSE1T_4RPs17jWRbMUV1L0FW_T8_FZfHHvWacj4yc5J_Cg41n3tLh0hNOFvoL19BBfr91dSP7XmFR_coo8mKye7udESNemXEaJuhdjn3cKJa2GJ0hVqXLJipC8qM/s320/cuba26072011.jpg" t$="true" width="212" /></a></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-68664619658664092432011-07-21T23:47:00.000-03:002011-07-21T23:47:38.743-03:003 - NOVOS TEMAS – Revista do Instituto Caio Prado Jr - 3Revista de Debate e Cultura Marxita<br />
<br />
Número 03 – Junho de 2011<br />
<br />
Entrevista – com Leandro Konder: Filósofo da dialética.<br />
<br />
FUNDAMENTOS<br />
<br />
Crítica ao programa de Gotha – Observações sobre o Programa do Partido Operário Alemão – Karl Marx<br />
<br />
Louis Althusser e o corte epistemológico no pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels – Marcos Cassin<br />
<br />
Trabalho voluntário e responsabilidade social da empresa: novas formas de exploração da força de trabalho e de extração da mais-valia – Silvana Aparecida de Souza<br />
<br />
A política da forma jurídica – Sílvio Luiz de Almeida<br />
<br />
HISTÓRIA IMEDIATA<br />
<br />
O capital na era da luta de classes disciplinada – Francisco José Soares Teixeira<br />
<br />
O capital-imperialismo: algumas características – Virgínia Fontes<br />
<br />
Ironias da crise: de Bengazi a Fukushima - Despolarização, fim do crescimento global, rebeliões periféricas, crises ideológicas – Jorge Beinstein<br />
<br />
IDEIAS EM MOVIMENTO<br />
<br />
Resenha – Chvostimus und Dialektik (Reboquismo e Dialética)<br />
<br />
Livro inédito de György Lukács (Edição italiana, Coscienza di Classe e Etoria – Codismo e Dialettica, Roma, Edizioni Alegre, 207,166p.,posfácio de Slavoj Zizek) - Antônio Carlos Mazzeo<br />
<br />
Resenha – FONTES, Virgínia. O Brasil e o capital imperialismo: teoria e história – Ricardo da Gama Rosa Costa<br />
<div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><strong>http://institutocaiopradojrmg.blogspot.com/</strong></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-8366937804756964782011-05-05T22:27:00.001-03:002011-05-07T19:09:20.111-03:00140 ANOS DA COMUNA DE PARIS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZJVsdzlK95cC0YXa8Quj8rFxLbRCXlQJ_4th5QWf0dUAX3T2w2Ggh84maif6xtxWTmUOoVBdX4kvxI8buoshh7gEfUAGWKRwooQiIqmdAuXa05ncoEw352pj1lhzpenjnBG34vLaP36k/s1600/Cartaz+Comuna+BH.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZJVsdzlK95cC0YXa8Quj8rFxLbRCXlQJ_4th5QWf0dUAX3T2w2Ggh84maif6xtxWTmUOoVBdX4kvxI8buoshh7gEfUAGWKRwooQiIqmdAuXa05ncoEw352pj1lhzpenjnBG34vLaP36k/s320/Cartaz+Comuna+BH.jpg" width="226" /></a></div><br />
Seminário aberto ao público, realizado pela Faculdade de Educação da UFMG, o Instituto Caio Prado Jr., a Associação dos Geógrafos do Brasil, o DAFAE, PCB, PSoL, PSTU e o Forum Social Mineiro<br />
<br />
Programação:<br />
<br />
18/05/2011 - Local: Teatro da Cidade (R. da Bahia, 1341, Centro, Belo Horizonte, MG)<br />
<b>19:00hs - A Comuna de Paris de 1871 e a luta pelo socialismo</b><br />
João Antônio de Paula - Faculdade de Ciências Econômicas UFMG<br />
Milton Pinheiro - CEMARX Universidade do Estado da Bahia<br />
Valério Arcary - CEFET São Paulo<br />
<br />
19/05/2011 - Local: Arena Fafich - UFMG (Av. Antônio Carlos, 6627, Pampulha, Belo Horizonte, MG)<br />
<b>11:00hs - Trabalho, educação e poder popular</b><br />
Filipe Raslan - UNICAMP<br />
Pablo Lima - Faculdade de Educação UFMG<br />
Pedro Otoni - Fafich UFMG<br />
<br />
<b>19:00hs - A comuna e a atualidade do a luta pelo socialismo</b><br />
Chico Alencar - Partido Socialismo e Liberdade PSoL<br />
José Maria - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado PSTU<br />
Zuleide Faria de Melo - Partido Comunista Brasileiro PCBPablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-85773928937901738842011-04-25T14:56:00.001-03:002011-04-25T14:58:43.624-03:00O legado marxista e a luta politica na America Latina<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica, clean, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px;"></span><br />
<div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Em primeiro lugar, agradecer o honroso e irrecusável convite para participar deste importante seminário, que se propõe a trazer o legado de Marx para colocá-lo a serviço da luta de classes, em especial na América Latina, e não apenas para uma discussão meramente acadêmica ou diletante.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A vasta obra de Marx e Engels é a principal contribuição para nós revolucionários entendermos a natureza do capitalismo e identificarmos os aliados e inimigos de classe do proletariado, levando em conta a conjuntura e a correlação de forças, em cada época, em cada país. Conhecendo nossos inimigos e aliados, à luz dos ensinamentos de Marx, podemos acertar mais do que errar, na luta para destruir o estado burguês e emancipar o proletariado.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Do ponto de vista da ação, das contradições do capitalismo e da luta política, podemos afirmar que o <b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA</b>, que Marx compartilhou com Engels há 163 anos, continua tão atual quanto fundamental como contribuição aos partidos que lutam pela revolução socialista.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Marx está vivo quando se confirmam suas análises de que o capital extrapolaria seus limites nacionais, assumindo dimensão mundial e aumentando, quanto mais senil, suas tendências destrutivas frente à humanidade. Nunca foram tão expressivas e inconciliáveis as contradições entre a apropriação privada do capital e o caráter social da produção e portanto tão agudas as crises cíclicas de superprodução, agora com características estruturais, em que não se distinguem, temporalmente, ciclos, mas novas manifestações de uma mesma crise sistêmica. Trata-se de uma crise global, que Jorge Beinstein chama de crise da civilização burguesa, multifacética, em que os EUA estão no epicentro. Trata-se de uma crise do modo de produção capitalista.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1yRgJfInG_rNjMYsHJrhZyc172W7OJYF8J42QxjBcnjb8LAyLBGMFeWm2G83-XjTtiujVYJ1fwnw2OJecixEJ6qouoYmaC_Kv5j_rSswdSSlTQrryqWcamyGfIiBI0-Z_UrdMJCEvTbQ/s1600/MCB+Caracas+2011+-+5.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1yRgJfInG_rNjMYsHJrhZyc172W7OJYF8J42QxjBcnjb8LAyLBGMFeWm2G83-XjTtiujVYJ1fwnw2OJecixEJ6qouoYmaC_Kv5j_rSswdSSlTQrryqWcamyGfIiBI0-Z_UrdMJCEvTbQ/s320/MCB+Caracas+2011+-+5.JPG" width="320" /></a></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><br />
</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A CRISE DO CAPITALISMO:</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A crise sistêmica do capitalismo gera necessidades cada vez maiores de reprodução do capital. Disputas de mercados, escassez de fontes energéticas e recursos naturais atiçam as contradições inter-burguesas e empurram o imperialismo para novas aventuras militares. Estamos assistindo guerras imperialistas no Iraque e no Afeganistão, e agora na Líbia, e as tentativas de se abrirem novos focos de conflito, como no Irã, na Síria, na Coréia do Norte, além da continuidade da ocupação palestina.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Para tentar sair da crise, o capital saqueia os cofres públicos para salvar banqueiros e oligopólios; ataca os direitos sociais e trabalhistas, diminui a qualidade dos serviços públicos; aprofunda a exploração e a barbárie, a fome e a miséria. Para tal, recrudescerão a criminalização e a repressão aos movimentos sociais e às organizações populares e revolucionárias.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Esta crise, apesar de seus elementos estruturais, não é, por si só, a crise final do capitalismo, que não cairá de podre. Mas, dialeticamente, poderá criar as condições - com o provável acirramento da luta de classes em âmbito mundial – para colocar em relevo o protagonismo do proletariado e, a depender de certos fatores, influenciar positivamente a correlação de forças, abrindo possibilidades para o avanço da luta pela superação do capitalismo, na perspectiva do socialismo.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Apesar da diminuição relativa e gradual de sua hegemonia econômica, cultural, política e ideológica, os EUA ainda detêm a hegemonia militar inconteste, o que lhes permite continuar como o pólo mais importante num mundo cada vez mais multipolar, ainda que no campo capitalista. No caso da América Latina, o imperialismo norte-americano é altamente hegemônico e o inimigo principal dos povos da região. Reconhecer isto não significa alimentar ilusões de escolhermos outros imperialismos, como se as contradições entre eles fossem significativas.<span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Os trabalhadores passaram as duas últimas décadas do século passado numa luta passiva, em função da avassaladora hegemonia do imperialismo, sobretudo o norte-americano. A desagregação da URSS teve um impacto arrasador, na medida em que deixou de ser um campo em que as forças progressistas e revolucionárias podiam obter apoio e que o mundo deixou de ser bipolar.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">No entanto, os trabalhadores vêm aumentando a sua combatividade e os povos do Oriente Médio e do Norte da África se levantam contra tiranias, o imperialismo e o sionismo. Em várias partes, os trabalhadores retomam suas lutas e se colocam como vanguarda alternativa na luta de classes.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A CORRELAÇÃO DE FORÇAS NA AMÉRICA LATINA</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A América Latina é uma das regiões do mundo em que a resistência retomou com mais força, apesar da heterogeneidade dos processos de mudança. Neste século, até por volta de 2008, as forças populares e anti-imperialistas contabilizavam mais avanços que retrocessos, sobretudo após a grande vitória do povo venezuelano, no fracassado golpe contra Chávez em 2002, talvez a primeira derrota golpista dos EUA na região.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Cuba não ficaria mais sozinha na luta contra o imperialismo. Sob a influência dos avanços na Venezuela, vieram as vitórias de Evo Morales, na Bolívia, e de Rafael Correa, no Equador.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Nesses três países, em que os processos de mudanças são os mais avançados, conseguiu-se, a partir de pressão popular, a convocação de Assembleias Constituintes livres e soberanas, que abriram espaços para avanços progressistas.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Num patamar intermediário, foram importantes neste período as vitórias da FSLN, na Nicarágua, e da FMLN, em El Salvador, e a manutenção da Frente Ampla no governo uruguaio.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Os governos dos Kirchner na Argentina, Michele Bachetel no Chile, Lula no Brasil e Lugo no Paraguai, com coligações heterogêneas, derrotaram forças reacionárias em seus respectivos países. No entanto, no nível macroeconômico e político, suas ações foram sempre no sentido de ampliar os interesses da burguesia de seus países, aumentando a presença e a exploração capitalista na região, contribuindo, assim, para uma afirmação burguesa no aparato de Estado.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">As maiores vitórias desta fase foram o enterro da ALCA em Mar Del Plata, a reeleição de Chávez, a retirada da base norte-americana de Manta, no Equador, e a vitória de Evo Morales no referendo revogatório. A maior derrota foi o <b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">não</i></b> no referendo constitucional na Venezuela, em dezembro de 2006. Todavia, é importante registrar o crescimento das lutas dos trabalhadores, dos grupos étnicos e da reafirmação da cultura originária em grande parte da América Latina.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O imperialismo estadunidense, percebendo que iam longe demais as mudanças onde considera seu quintal, retoma com intensidade a pressão sobre a região. Voltam-se, com intervenção política e aparato bélico, suas ações para a América Latina, sobretudo para a região andina. Trata-se de tentar, no plano tático, frear o processo de mudanças e, no estratégico, consolidar e expandir o controle sobre as riquezas naturais do continente, que são imensas. Além do petróleo e do gás, a América do Sul tem as maiores reservas de água potável e de biodiversidade do planeta: ao norte, a Amazônia; ao sul, o Aqüífero Guarani.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Uma das principais táticas utilizadas pelo inimigo foi estimular o separatismo, escolhendo cidades dominadas politicamente por setores burgueses de maior acumulação e que já têm rivalidades antigas com as capitais: Zulia (Venezuela), Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) e Quaiaquil (Equador).</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Não é à toa que a Quarta Frota da Marinha de Guerra dos EUA voltou a operar no nosso continente, após mais de 60 anos de inatividade.<span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Marco importante desta ofensiva ianque foi o assassinato do Comandante Raul Reyes, pelo consórcio político/bélico representado pelos EUA/Colômbia, num ataque terrorista ao território do Equador, cujo Presidente não se acovardou e resolveu defender a soberania de seu país. Ali se tratava de paralisar as trocas humanitárias na Colômbia, que poderiam criar um clima favorável a uma negociação política a respeito do conflito armado.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A satanização da insurgência colombiana e a interrupção das trocas humanitárias, estas à época lideradas por Chávez e a Senadora Piedád Córdoba, criam as condições para a instalação de mais sete bases militares na Colômbia.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O golpe em Honduras é parte importante da luta contra o fortalecimento da ALBA e a recuperação, como aliado dos EUA, de um país que tem uma das maiores bases da América Central (Sotto Cano) e que se localiza estrategicamente entre a Nicarágua e El Salvador. Depois veio o aproveitamento do terremoto no Haiti e a cumplicidade do governo da Costa Rica, para o imperialismo instalar mais tropas nesses países. É parte deste esforço para estancar as mudanças e atingir a ALBA a recente tentativa de golpe no Equador.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">No Paraguai, já sabíamos das dificuldades que teria Lugo, se efetivamente quisesse promover as mudanças prometidas. Foi eleito como expressão de um movimento de massas débil, na esperança de derrotar os conservadores que governavam o país havia 41 anos e ainda estão no poder. Tendo passado mais da metade de seu governo, o movimento de massas não teve forças para empurrar as mudanças e tudo indica que o Presidente se entregou à direita e ao imperialismo, aceitando um pacto com a classe dominante para não ser derrubado por um golpe. Lugo já não governa. Espera apenas acabar seu mandato.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">OS PRINCIPAIS INIMIGOS DO IMPERIALISMO NA AMÉRICA LATINA</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">CUBA</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Dificilmente teria avançado tanto o processo de mudanças na América Latina se não fora o exemplo da cinqüentenária Revolução Socialista de Cuba, que mostrou a possibilidade de as classes dominadas enfrentarem e derrotarem o imperialismo e escolherem seu próprio destino.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Na década de 90 do século passado, após o colapso da URSS, Cuba passou por dificuldades econômicas que <strong style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-weight: normal; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">exigiram o sacrifício do “período especial”, uma vez que mais de 80% do seu comércio dava-se com a URSS e o Leste Europeu. Novas medidas políticas e econômicas foram adotadas para enfrentar tal situação, no sentido de prosseguir com a efetivação do socialismo, apesar do agravamento do cruel bloqueio que hoje já dura mais de 50 anos.</span></strong></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O surgimento dos processos de mudança na América Latina, sobretudo o da Venezuela, deu um novo alento e respaldo à Revolução Cubana.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; display: block; line-height: normal; margin-bottom: 11.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 7.5pt; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Claro está que o processo de construção do socialismo em Cuba é extremamente complexo e vive um momento de grandes dificuldades. O maior desafio do povo cubano é justamente manter firme a decisão de seguir construindo sua experiência de socialismo.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; display: block; line-height: normal; margin-bottom: 11.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 7.5pt; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Tudo indica que as medidas propostas pelo governo refletem as necessidades geradas pelo processo histórico atual. Rejeitamos as análises que dão como inevitável em Cuba o retrocesso ao capitalismo, como querem fazer ver os ideólogos representantes da burguesia e do imperialismo, que por inúmeras vezes já anunciaram a morte do socialismo cubano. Ao mesmo tempo, consideramos justas as preocupações, no campo revolucionário, quanto aos riscos de se abrirem brechas para a incidência da mais-valia.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">É imperioso seguirmos solidários ao povo, ao governo e ao Partido Comunista Cubano e ao caminho revolucionário que os cubanos escolheram e desenvolveram a partir de 1959. O povo cubano é quem melhor saberá dizer como enfrentar seus problemas e continuará encontrando, com a coragem, a obstinação e a criatividade que lhe são peculiares, as saídas para a manutenção e o aprofundamento das conquistas obtidas no processo de construção da sociedade socialista.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A luta pelo fim do bloqueio e pela libertação dos Cinco Heróis é parte da principal pauta dos revolucionários de todo o mundo.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">VENEZUELA</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">“<i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A queda da Venezuela arrastaria inexoravelmente as esperanças dos povos da América Latina. Seu triunfo, entretanto, pode mudar o curso da história.” (Fidel Castro)</i></span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Além de Cuba, o governo venezuelano é hoje, em nosso continente, o principal inimigo do imperialismo, pela inspiração a processos semelhantes em outros países, aos quais presta efetiva solidariedade política e material; pela defesa de Cuba Socialista e parceria com ela; pela contribuição decisiva para inviabilizar a ALCA e implantar a ALBA; por ter avançado mais em mudanças institucionais e estruturais; por ter resistido a vários golpes; por ter criado uma mídia alternativa à burguesa; por ter as reservas minerais mais importantes da região andina e por ter uma relação superior de respeito aos interesses dos trabalhadores em sua marcha a caminho do socialismo.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Até dezembro de 2006, com a derrota no referendo constitucional, a revolução bolivariana tinha uma trajetória ascendente, com grandes vitórias, como o golpe midiático (2002), o <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">lockout</i> petroleiro (2003), o referendo revogatório (2004) e a reeleição de Chávez (2006).</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A única derrota da revolução bolivariana teve como principal causa o erro de tentar decretar o socialismo através de um referendo de uma proposta de reforma constitucional, redigida previamente e apresentada pelo Presidente Chávez e não por subscrição popular, sem uma ampla discussão prévia entre as massas. Mas a derrota teve a virtude de colocar em evidência todos os problemas da revolução.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Mas apenas os erros táticos e a ação dos agentes do imperialismo não seriam capazes de derrotar o governo, que contava com quase dois terços do eleitorado. Metade dos eleitores do governo se absteve no referendo, dando vitória à direita. É a correta análise desta abstenção que pode ou não ajudar a retomada e o avanço da revolução, a depender do enfrentamento de problemas não resolvidos até hoje.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Saltam aos olhos as duas principais causas da abstenção: a traição de setores vacilantes, oportunistas e até contrarrevolucionários que gravitam em torno do governo e o recado de setores populares, insatisfeitos com os rumos e o ritmo da revolução bolivariana, o chamado voto castigo. Um quadro parecido, apesar de não tão dramático, se deu recentemente nas eleições parlamentares, em que a direita teve um desempenho acima da esperada, elegendo mais de 40% do parlamento.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A situação da luta de classes na Venezuela caminha para um confronto, que poderá resvalar para a violência, em face da notória impossibilidade de conciliação entre projetos tão antagônicos. Ao que tudo indica, este desempate se dará após a realização das eleições presidenciais, em 2012. Não será uma simples eleição a que estamos acostumados na democracia burguesa tradicional, no campo do chamado “jogo democrático”, da “alternância de poder”.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Se Chávez perder, não será para setores de esquerda, mas para a direita ligada e financiada pelo imperialismo, que revogará todos os avanços e acabará com a ALBA. A repercussão na América Latina (e no mundo) seria desastrosa, um retrocesso muito grande, sem qualquer comparação, por exemplo, com a derrota de Bachelet no Chile.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Por isso, contribuir para a vitória de Chávez será um desafio para toda a esquerda conseqüente da América Latina. Por mais que algumas forças de esquerda, como o PCB, tenham restrições a alguns aspectos da revolução bolivariana e não sejam <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">chavistas</i>, esta será uma das principais batalhas em 2012. Esperamos que o papel da classe trabalhadora na defesa de seu projeto seja o elemento central da vitória de Chávez.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Sem dúvida, nos doze anos de Revolução Bolivariana produziram-se grandes avanços, como melhores indicadores sociais a partir das diversas Misiones, a construção ainda que limitada de mecanismos de poder popular, a nacionalização da PDVSA e de alguns monopólios privados, o fortalecimento do papel do Estado no setor financeiro e na política monetária e cambial. Valorizamos também grandes avanços na consciência anti-imperialista e mesmo anticapitalista de amplas camadas populares.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">São inegáveis as evidências de que o Presidente Chávez está honestamente convencido da necessidade de construir o socialismo, mesmo cercado por um entourage heterogêneo em que, ao lado de socialistas, pontificam contrarrevolucionários e corruptos. Têm um grande peso na direção do Estado setores da chamada “boli-burguesia” e fundamentalmente da pequena burguesia, que não têm interesse em mudanças revolucionárias.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Por isso, não podemos fechar os olhos a alguns fatores que podem levar a retrocessos e até mesmo à derrota do processo de mudanças, com a volta ao governo dos círculos direitistas associados ao imperialismo contribuindo para o massacre do projeto popular.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A economia venezuelana continua sendo basicamente petroleira, sem avanços na diversificação e na substituição de importações. Trata-se de um país basicamente importador, inclusive de alimentos, com alta dependência tecnológica.<span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span>Não têm sido desenvolvidas a contento, por outro lado, as iniciativas governamentais como as “empresas de produção social”, as cooperativas e pequenas empresas.<span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span>Nas novas empresas criadas pelo governo e naquelas que foram estatizadas, a participação dos trabalhadores é insuficiente e formal. Em algumas, a direção foi apropriada por gerentes corruptos e ineficientes. A não participação dos trabalhadores na gestão dessas empresas pode gerar um ciclo de “capitalismo de Estado”.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Em resumo, para avançar na perspectiva socialista, a atual fase, que o PCV define como “social-reformista, patriótica e progressista” só poderá ser superada por uma nova correlação de forças em que setores populares e revolucionários, liderados pela classe operária, alcancem um nível necessário de consciência, unidade, organização e mobilização que lhes permitam impor sua hegemonia.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">BOLÍVIA</span></b><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Na Bolívia, há um fator que tem dado boas condições de governabilidade ao governo popular. Evo foi eleito de baixo para cima, no contexto de grandes mobilizações, como as Guerras do Gás e da Água, que haviam derrubado três presidentes burgueses.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Com a vitória no referendo revogatório de agosto de 2008, evitou-se, pelo menos por agora, o separatismo de Santa Cruz e um golpe de direita que estava em curso. O Presidente saiu fortalecido, consagrado em meio ao seu mandato, em referendo convocado por ele próprio, com 67% dos votos, 14% a mais do que quando foi eleito em 2005.<span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Mas é preciso ficar claro que quem derrotou o golpe e o separatismo foram as massas e que o processo não está imune a retrocessos, sobretudo se limitar-se aos aspectos culturais e democráticos, que são importantes, mas não decisivos na luta de classes.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Uma grande virtude do processo boliviano é a tradição de luta e de unidade da COB (Confederação Operária Boliviana).</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">EQUADOR</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Como na Venezuela e na Bolívia, a mídia burguesa é o maior partido de oposição, coadjuvado pelas associações empresariais, partidos conservadores, a cúpula da igreja católica e ONGs financiadas pela USAID, sob a direção da embaixada norte-americana.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Rafael Correa, apesar de limitações, promoveu algumas mudanças. Começou com uma auditoria da dívida externa, que reconheceu apenas 30% do total até então cobrado pelos credores. A partir da pressão popular, efetivou-se uma Constituinte livre e soberana, independente do parlamento, propiciando uma nova constituição (promulgada em julho de 2008) avançada em termos de direitos sociais. Importantes medidas de Rafael Correa foram a determinação de retirada da base militar dos EUA e a integração de seu país à ALBA.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Correa também vem estatizando gradualmente a indústria petroleira, com a criação de um novo marco regulatório, em que o Equador retoma sua soberania sobre parte de suas riquezas e usufrui de seus rendimentos. Todavia, o governo Correa tem que sair do marco personalista, passando a agir em consonância com os trabalhadores do Equador, para que possa enfrentar o imperialismo e a burguesia e implementar uma saída progressista e popular.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">BRASIL: A POLÍTICA EXTERNA PRAGMÁTICA</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Na América Latina é difícil um comunista se dizer oposição a Lula e a Dilma. É compreensível. No imaginário da esquerda latino-americana, Lula é socialista e sua política externa parece anti-imperialista.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O Brasil é a oitava economia capitalista do mundo. No plano político, as lideranças burguesas dividem-se entre as que, de um lado, defendem um Estado promotor de políticas compensatórias e incentivador de um “desenvolvimentismo” capaz de acelerar o crescimento capitalista e pretensamente resolver as desigualdades sociais através do ciclo virtuoso da produção, emprego, consumo e aquelas que, de outro, defendem a ampliação das políticas neoliberais, com mais retirada de direitos dos trabalhadores, mais privatização, mais dependência ao capital financeiro internacional.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Os governos petistas representam os setores “desenvolvimentistas” da burguesia, que querem se expandir e competir no mercado externo, o que pressupõe algum grau de autonomia, não conflitiva, com os interesses norte-americanos.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Navegando entre as contradições interburguesas e interimperialistas, a política externa brasileira é coerentemente pragmática. Ao mesmo tempo em que aceita liderar as tropas da ONU que ocupam o Haiti, a pedido de Washington, ajuda Chávez a vencer o golpe petroleiro e Evo ao golpe separatista.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Com sua eficiente diplomacia, o capitalismo brasileiro vai ganhando mercados. Aos olhos de Washignton, Lula se apresentava como uma alternativa moderada ao “radicalismo” de Chávez e Evo Morales; aos olhos da esquerda latino-americana, se apresentava como aliado, mas que cobra um preço alto pela solidariedade: o aproveitamento de oportunidades na busca de mercados. E é o estado brasileiro, principalmente através de bancos públicos, que alavanca as grandes empreiteiras e monopólios multinacionais de origem brasileira a invadirem e crescerem em várias partes do mundo, sobretudo na América Latina.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Quando o governo brasileiro ajuda a inviabilizar a ALCA ou lidera a criação da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) devemos saudá-lo, pois isto objetivamente contraria os interesses dos EUA. Mas não esqueçamos o outro lado da questão: o Brasil é um contraponto capitalista ao movimento de integração anti-imperialista da região, representado pela ALBA.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A esquerda não pode conciliar e deixar de marcar diferenças com Lula e Dilma, que governam fundamentalmente para o capital, tanto na política externa como na interna. A tarefa principal dos governos petistas é “destravar” o capitalismo, custe o que custar, depredando o meio ambiente e reduzindo os direitos trabalhistas, inclusive com a cooptação de setores do movimento sindical e popular. Aliás, o governo Lula jogou papel importante para cooptar e degenerar a CUT, uma central que já foi combativa, afastando da luta anticapitalista e anti-imperialista na América Latina um enorme<span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span>contingente de trabalhadores.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Com Dilma, a política externa ainda tende a uma inflexão, cujos sinais são as críticas ao Irã, as mudanças nos quadros dirigentes do Ministério de Relações Exteriores, a abstenção cúmplice na agressão imperialista à Líbia e, sobretudo, a vergonhosa recente visita de Obama ao Brasil.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A vinda do presidente dos EUA ao Brasil foi um gesto forte que marcou um claro movimento de estreitamento das relações entre os dois países. Obama foi o primeiro estadista estrangeiro a visitar o Brasil após a posse de Dilma. Mas não foi uma visita qualquer.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O governo brasileiro montou um palanque de honra para Obama falar ao mundo, em especial à América Latina, para ajudar os EUA a recuperarem sua influência política e reduzir o justo sentimento antiamericano que nutre a maioria dos povos. Nem na ditadura militar, um presidente estadunidense teve uma recepção tão espalhafatosa como a que Dilma lhe ofereceu.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Em verdade, o Brasil esteve três dias sob intervenção do governo ianque, que decidiu tudo sobre a passagem de Obama pelo país. Passamos pelo vexame de agentes da CIA revistarem Ministros de Estado brasileiros, em eventos da visita.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">No caso da América Latina, foi um gesto de solidariedade aos EUA em sua luta contra os processos de mudança, sobretudo na Venezuela, Bolívia e no Equador.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A moeda de troca foi um mero aceno norte-americano à pretensão obsessiva do Estado burguês brasileiro de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, um símbolo para elevar o Brasil à categoria de potência capitalista mundial.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Enganam-se os que pensam que existe contradição entre a política externa do governo Lula e a de Dilma, ambas fundamentalmente a serviço do capital. Trata-se agora de uma inflexão pragmática. Após uma fase em que o Brasil expandiu e consolidou seus interesses comerciais em novos “mercados” como América Latina, África, Ásia e Oriente Médio, a tarefa principal agora é dar mais atenção aos maiores mercados do mundo, para cuja disputa segmentos da burguesia brasileira se sentem mais preparados.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O governo brasileiro, durante os três dias em que Obama presidiu de fato o Brasil, não fez qualquer gesto ou apelo aos EUA, sequer de caráter humanitário, pelo fim do bloqueio a Cuba, o desmonte do centro de tortura em Guantánamo, a criação do Estado Palestino, o fim da intervenção militar no Iraque e no Afeganistão.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Debochando da soberania brasileira, Obama ordenou os ataques militares contra a Líbia a partir do território brasileiro.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Os principais objetivos da vinda de Obama ao Brasil foram as reservas petrolíferas do pré-sal e a licitação para a compra de aviões militares.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Cada vez fica mais claro que, no caso brasileiro, o imperialismo não é apenas um inimigo externo a combater, mas um inimigo também interno, que se entrelaçou com os setores hegemônicos da burguesia brasileira. O pacto Obama/Dilma reforça o papel do Brasil como ator coadjuvante e sócio minoritário dos interesses do imperialismo norte-americano na América Latina, como tristemente já indicava a vergonhosa liderança brasileira das tropas militares de intervenção no Haiti.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">COLÔMBIA: OUTRA GRANDE DISPUTA!</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O imperialismo sabe que não haverá paz na Colômbia e, quem sabe, na América Latina, sem o reconhecimento do caráter beligerante e político das FARC. Sabe também que a solução não poderá ser estritamente militar, pois o conflito colombiano é antes de tudo político, econômico e social.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O imperialismo também precisa derrotar a insurgência, para que não sirva de exemplo. Não podemos esquecer que não são convencionais, mas insurgentes, as forças que resistem ao imperialismo na Palestina, no Iraque e no Afeganistão. Forças armadas convencionais não resistem aos ataques aéreos das grandes potências imperialistas. Dependendo dos desdobramentos da crise do capitalismo, nenhuma forma de luta poderá ser descartada. O direito dos povos à rebelião poderá se transformar em dever.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Mas como é difícil vencer a insurgência militarmente, não só pelo aspecto bélico como também por seu histórico enraizamento no povo colombiano, o imperialismo a sataniza como “narcoterrorista”, tentando isolá-la, inclusive de setores reformistas da esquerda latino-americana, preocupados com a sua votação na próxima eleição.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Mas se não pode derrotar a guerrilha, não interessa ao imperialismo o fim do conflito colombiano, para justificar a luta “contra o narcoterrorismo”, que usa como pretexto para criar mais bases na Colômbia e arredores. A Colômbia está para a América Latina como Israel para o Oriente Médio. É um dos principais receptores de ajuda militar norte-americana. E as FARC não podem entregar suas armas e descer as montanhas, sob pena de um novo extermínio, como nos anos 90, em que 5.000 militantes da União Patriótica foram assassinados pelo estado colombiano, após a assinatura de um “acordo de paz” com a guerrilha para que esta se transformasse num partido político legal!</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Para forçar o estado colombiano a reconhecer o conteúdo político, econômico e social do conflito, devemos lutar muito para que a UNASUL chame para si a iniciativa de viabilizar o início de um processo de negociação política, para a qual a liderança do Brasil é fundamental.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">As FARC são um fator de resistência à ocupação imperialista da Colômbia e, porque não dizer, da Amazônia.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Para avançar nas mudanças sociais na América Latina e evitar guerras e retrocessos, além da necessidade decisiva de elevar o empenho e a organização dos trabalhadores na luta de classes, há uma tarefa importante: derrotar o principal braço do imperialismo norte-americano em nosso continente, o estado terrorista da Colômbia.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">REFORMA OU REVOLUÇÃO?</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A crise deveria enterrar as ilusões dos que ainda consideram possível humanizar o capitalismo. Não há mais, como na época de ouro da socialdemocracia, anéis para a burguesia dar aos trabalhadores para não perder os dedos. Aliás, no final do século passado ela já os havia tomado de volta, aproveitando-se da queda da União Soviética. É parte importante das tarefas dos revolucionários o combate sem trégua e conciliação aos reformistas, tão bem definidos por Eustoquio Contreras, em </span><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">seu livro <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">"Princípios e Valores do Processo Revolucionário</i>":</span><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"></span><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">"O reformismo é uma corrente político-partidária favorável a mudanças graduais e não acredita em mudanças revolucionárias. Ideologicamente os reformistas são pessoas comprometidas com determinados interesses, aos quais defendem diante da possibilidade de serem afetados por qualquer mudança radical. Os reformistas se esforçam para conter as lutas revolucionárias aplicando uma artificial política de conciliação entre as classes com interesses opostos. O reformista colaborara com a burguesia na implementação de reformas parciais, que não afetam os seus interesses de classe, enquanto enganam as classes exploradas com a promessa de reformas, que irão gradualmente resolver os problemas dos oprimidos e explorados."</span></i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: TTC69O00; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Marx, na obra <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">O 18 Brumário de Luís Bonaparte, </i>já afirmava que o <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">“caráter peculiar da social-democracia resume-se no fato de exigir instituições democrático-republicanas como meio não de acabar com dois extremos, capital e trabalho assalariado, mas de enfraquecer seu antagonismo e transformá-lo em harmonia”</i>. Segundo Marx, a social-democracia surge na Europa visando promover a transformação da sociedade por um processo democrático, porém, uma transformação dentro dos limites da pequena burguesia.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Não há também mais espaço, no capitalismo cada vez mais globalizado, para ilusões nacional-desenvolvimentistas ou nacional-libertadoras, baseadas em alianças dos trabalhadores com as chamadas burguesias nacionais. Mesmo nos países em que o desenvolvimento das forças produtivas se processa em ritmos mais lentos que nas nações de capitalismo avançado, as contradições de setores minoritários das burguesias nacionais com o imperialismo são residuais, até porque dependem cada vez mais do grande capital e dos monopólios.</span><span style="font-family: TTC69O00; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Na fase imperialista do capitalismo, ainda mais em meio à sua maior crise, a hegemonia no Estado burguês pertence aos segmentos associados aos grandes monopólios. Quem manda são os grandes capitalistas ligados aos bancos, agronegócio, exportadores de matéria prima, grandes indústrias.</span><span style="font-family: TTC69O00; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br />
</div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Cada vez mais se acentuará no mundo a contradição entre o capital e o trabalho. Não apenas nos países desenvolvidos ou emergentes, como é o caso do Brasil, plenamente associado de forma subordinada ao imperialismo. É só olhar para países pouco desenvolvidos, como a Bolívia e a Venezuela, para entender a ilusão de alianças com as burguesias nacionais. Vejam a violência da burguesia boliviana, diante de uma revolução que não é socialista, mas ainda democrática e cultural, e o ódio que nutre a burguesia venezuelana frente à revolução bolivariana.<span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">No estágio atual do capitalismo, e sobretudo em decorrência de sua profunda crise, se evidenciará cada vez mais a centralidade do trabalho. Estão sendo jogados no lixo da história todos os mitos construídos pelo <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">neoliberalismo</i>, como o “estado mínimo”, o “livre-mercado” e o “fim da classe operária”.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Ao contrário do que dizem os profetas do fim da história e os reformistas, o proletariado aumenta no mundo, em quantidade e qualidade. As camadas médias se proletarizam. Em todas as partes, sobretudo nos países desenvolvidos, apesar da atual fragilidade e fragmentação do movimento operário e sindical, há grandes possibilidades de a luta de classes se intensificar.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Outra ilusão reformista a ser combatida é a ilusão de transição ao socialismo apenas pela via institucional.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Marx, inspirado na rica experiência da Comuna de Paris, chamava a atenção para a impossibilidade de uma transição revolucionária sem a hegemonia político-militar do proletariado, um poder popular verdadeiramente democrático com o objetivo de varrer as instituições do estado burguês e a hegemonia das classes dominantes.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A tomada do poder político por parte da maioria do povo nunca foi nem será uma concessão generosa das classes dominantes. O sistema de exploração que funde os interesses das chamadas burguesias nacionais com os do imperialismo não “cai de podre” nem pelo passar do tempo. Os exploradores não entregam voluntariamente o poder aos explorados, nem mesmo quando setores representativos destes últimos ganham uma eleição, nos marcos da democracia burguesa. Às vezes, são obrigados, a contragosto, a entregar o governo a setores populares, mas estes só alcançarão o poder com lutas muito duras, acumulando forças e golpeando o estado burguês, utilizando-se de métodos e formas de luta as mais variadas (institucionais e insurgentes), adaptadas às circunstâncias, tendo principalmente em conta a correlação de forças entre as classes em luta.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Seja qual for a via da conquista do poder, o caminho ao socialismo só pode ser pavimentado na mobilização e ação das massas exploradas, sob a direção de uma vanguarda revolucionária.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">É fundamental, portanto, a luta sem tréguas contra todas as formas de reformismo, como as teorizações sobre os “novos sujeitos”, o “movimentismo” (cujo maior exemplo é o Fórum Social Mundial), marcado pela aversão à política e aos partidos e pelo privilégio de atuação em ONGs e movimentos sociais os quais, em que pese o fato de alguns deles levantarem bandeiras justas, não compreendem a necessidade da luta global pela superação do capitalismo.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Não é nunca demais lembrar a passagem de Marx e Engels, no Manifesto do Partido Comunista:</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">“Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente”.</span></i></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><b style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">DE QUE SOCIALISMO FALAMOS?</span></b></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A continuidade e o avanço do atual processo de transformações na América Latina e a possibilidade de ele vir a assumir um caráter socialista vão depender principalmente da correlação de forças, do nível de consciência, unidade, organização e mobilização das massas populares.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">É correto os revolucionários participarem dos processos de mudanças que se dão em países como Venezuela, Bolívia e Equador, desde que mantenham autonomia e visão crítica, combinando unidade e luta. <span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"> </span>Para isto, é preciso que os comunistas deixem claro, nesses países, as limitações de conceitos de socialismo tais como “bolivariano”, “cidadão”, “do século XXI”, do “bom viver”.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Na <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Ideologia Alemã</i> e no <i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Manifesto do Partido Comunista</i>, Marx duela com as adjetivações do socialismo, todas elas de conteúdo reformista.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Estes adjetivos podem até se adaptar à atual fase dos processos revolucionários nesses países, mas não ao socialismo. Até porque em Nossa América, com exceção de Cuba, não há ainda qualquer revolução socialista em curso, mas importantes processos de mudanças, que podemos caracterizar como revoluções nacionais e democráticas.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">É necessário relermos os conceitos que nos legaram Marx, Lenin e outros pensadores a respeito do socialismo, para reafirmá-los e os adaptarmos ao mundo contemporâneo. Estes conceitos não foram negados na derrota da experiência de construção do socialismo na União Soviética e outros países do Leste Europeu. Pelo contrário, continuam atuais. Apesar de o saldo da Revolução Russa ter sido positivo, ali foram ignorados ou deturpados vários destes princípios, sobretudo aqueles relativos à democracia operária, que levaram à hipertrofia e ao esclerosamento do Partido e sua fusão (e confusão) com o Estado e as organizações de massa.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Portanto, não se trata de inventarmos “novos” socialismos, como se fosse possível conjugar elementos do socialismo e do capitalismo. Este é um terreno pantanoso, em que se adjetivam o substantivo socialismo até como “moderno” ou “democrático”, como se fosse velho ou antidemocrático.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">E não haverá revolução socialista se não se começar a desconstruir o estado burguês e os poderes de fato constituídos pela mídia hegemônica, o aparato policial militar, a justiça. E a transição ao socialismo só será assegurada pela instauração do Poder Popular – a democracia direta e protagônica das massas – e o estabelecimento de novas relações de produção, com a supressão da exploração do homem pelo homem.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Mas não podemos cair no voluntarismo, deixando de reconhecer as dificuldades por que passam os processos de mudanças na América do Sul. A primeira coisa é reconhecermos que ainda não estamos, objetiva e subjetivamente, em situações pré-revolucionárias. Segundo Marx, a revolução não se dá da noite para o dia e não depende apenas de vontade. É um processo com duração de difícil previsão e não linear, sujeito a retrocessos. .</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Esses processos estão atingindo um ponto crucial, que está chegando mais cedo na Venezuela, mas não tardará a chegar na Bolívia e no Equador. Trata-se de um momento de inflexão, em que se apresenta a dicotomia reforma ou revolução.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Há uma certa fadiga nas massas exploradas, pois as mudanças não chegam às relações entre capital e trabalho. Os trabalhadores são portadores de direitos formalizados na constituição e usufruem da melhoria dos serviços públicos, mas não sentem qualquer mudança mais significativa em suas condições de vida e na distribuição de renda.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Essa é uma limitação de revoluções nacionais e democráticas hegemonizadas por setores da pequena e média burguesia e não pelo proletariado; portanto, reformistas. A maior virtude de processos como estes é que tornam evidente a luta de classes, contrapondo os interesses do capital aos do proletariado, dos trabalhadores e de setores das camadas médias. Isto não ocorre em processos mitigados, de conciliação de classe, como no Brasil, em que os governos e os partidos ditos de esquerda que lhes apóiam não mobilizam as massas e não enfrentam ideologicamente o capitalismo.</span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">A maior debilidade desses processos é a falta de instrumentos políticos e organizações de massas que impulsionem as mudanças no sentido da revolução permanente, verdadeiramente socialista, que vá na direção da constituição do duplo poder e da ruptura com o estado burguês.</span></div><div><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Ivan Pinheiro - </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;"><i style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Secretário Geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro)</span></i></span></div><div class="yiv1178633792MsoNormal" style="display: block; font-family: arial, helvetica, clean, sans-serif; font-size: 13px; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><em style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="color: #444444; font-family: Verdana; font-size: 10.5pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">Palestra em seminário sobre Marx, em Maracay (Venezuela), </span></em><span style="line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;"><span style="color: #444444; font-family: Verdana; font-size: 10.5pt; line-height: 1.2em; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial;">organizado pela Prefeitura de Girardot, a Frente Alfredo Maneiro e o Movimento Continental Bolivariano.</span></span></div>Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-86005964290675766212011-04-03T13:15:00.000-03:002011-04-03T13:15:51.718-03:00Ciclo de Conferências Socialismo e EducaçãoConferência do Prof. Dr. Antônio Carlos Mazzeo intitulada "Lenin: a política como educação revolucionária". UFMG, 2010.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/SluxjzFZ758?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/MAg5bluv0lA?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/sAd40WDRFxE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/9ohxfBfKDxw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-74050920280407277442011-01-17T12:33:00.000-02:002011-01-17T12:33:58.558-02:00Domenico Losurdo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtJox1_oMYS8mJ7lpnZViQIrYlP7gRa4yI_tS0s477y7ISBgebvDKG1HRAJRKCS-CiCt48CdL_gJMPNSML8-4QPw_PTehPSji91GUPn-6CjVRJw6jRo6DOFBEH75hc1O7Tlbip9ho3jEs/s1600/domenicolosurdo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtJox1_oMYS8mJ7lpnZViQIrYlP7gRa4yI_tS0s477y7ISBgebvDKG1HRAJRKCS-CiCt48CdL_gJMPNSML8-4QPw_PTehPSji91GUPn-6CjVRJw6jRo6DOFBEH75hc1O7Tlbip9ho3jEs/s1600/domenicolosurdo.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><strong><br />
</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>A contra-revolução em curso e a exigência social e política da reconstrução do Partido Comunista</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong><em>Sara Milazzo* :: </em></strong>12.01.11</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>No momento em que o capital prossegue a sua ofensiva de classe contra os trabalhadores, em Itália os comunistas, os revolucionários encontram-se dispersos por organizações diversas, à volta de revistas e publicações. No entanto, como diz Doménico Losurdo nesta entrevista, “O modelo do Partido comunista elaborado por Lenine parece-me manter-se válido; evidentemente, é preciso ter em conta que o seu Que fazer? se referia à Rússia czarista e também, portanto, às condições de clandestinidade em que o partido era obrigado a funcionar. Em todo o caso, trata-se de construir um partido que não seja um partido de opinião e que não se caracterize pelo culto da personalidade, como foi o caso durante tanto tempo da Rifondazione Comunista. É preciso um partido capaz de construir um saber colectivo alternativo às manipulações da ideologia dominante, um partido que deve saber estar presente nos locais do conflito e deve saber também, quotidianamente, construir uma alternativa tanto no plano ideológico como no da organização política.” </strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estamos em Urbino, com o professor Domenico Losurdo, professor de história da filosofia na Universidade “Carlo Bo”, filósofo de renome internacional e presidente da Associação Marx XXI. Recebe-nos num momento em que somos confrontados com um ataque do capital (contra todo o mundo do trabalho, contra a democracia, contra a Constituição saída da Resistência) que é um dos mais fortes e perigosos de toda a história da nossa república. Perante este ataque estende-se um deserto, a ausência de oposição de classe e de massas que possa rechaçar a ofensiva da reacção e relançar uma contra-ofensiva.</div><div style="text-align: justify;"><strong>Sara Milazzo (SM):</strong> Fazemos-lhe a seguinte pergunta: Como é que chegámos aqui? O que é que falta, como construir um dique, uma resistência, um contra-ataque?</div><div style="text-align: justify;"><strong>Domenico Losurdo (DL) :</strong> Podemos distinguir dois problemas que acompanham a história da República em toda a sua existência. O primeiro problema é a desproporção entre o norte e o sul: já Togliatti tinha sublinhado que a “questão meridional” é uma questão nacional e estamos hoje em vias de ver como o défice de solução do subdesenvolvimento do sul corre o risco de pôr em perigo a unidade nacional.</div><div style="text-align: justify;">O outro problema é a injustiça social que se manifesta de forma particularmente gritante no fenómeno da evasão fiscal. É dizer pouco dizer que este flagelo não foi contido de nenhuma forma: pelo contrário, tornou-se mais escandaloso, mais explícito, até ser mesmo encorajado pelo Presidente do Conselho: falou dele como duma coisa que pode ser tolerada no caso em que um indivíduo singular, mesmo que seja o rico capitalista, ache que foi demasiado apertado pela pressão fiscal.</div><div style="text-align: justify;">Se é verdade que estes dois problemas acompanham a história da república em toda a duração da sua evolução, nós podemos acrescentar que hoje há problemas novos que fazem pensar numa verdadeira contra-revolução. Porventura a viragem deu-se em 1991, o ano que assiste ao fim do Partido Comunista Italiano. Este fim tinha sido anunciado por declarações enfáticas: os ex-comunistas declaravam que, acabando com um partido ligado ao desacreditado “socialismo real”, tudo se tornaria mais fácil: libertavam-se do “chumbo na asa”, e a democracia e o Estado social iriam desenvolver-se; em resumo, tudo correria pelo melhor. É dizer pouco dizer que, na realidade, estamos perante uma contra-revolução que certamente não é um exclusivo italiano, porque tem um carácter internacional, mas que se manifesta de modo particularmente virulento no nosso país.</div><div style="text-align: justify;">Vejamos quais são os elementos dessa contra-revolução: a República Italiana nascida da Resistência, e marcada pela presença de um partido comunista forte na oposição, nunca se comprometeu directamente em operações guerreiras; actualmente, pelo contrário, a participação em guerras de carácter claramente colonialista é considerada como uma coisa normal, ou mesmo um dever.</div><div style="text-align: justify;">Assiste-se, além disso, a um ataque contra o Estado social e ao seu desmantelamento: toda a gente percebe isso. Pelo contrário, é menos evidente um facto para o qual gostaria de chamar a atenção: o ataque contra o Estado social não é determinado em primeira-mão pelas compatibilidades económicas, pela necessidade de economia, porque falta o dinheiro (entenda-se). Recordemos que um dos patriarcas do neo-liberalismo (que chegou a ser coroado com o prémio Nobel de economia), Friedrich August Von Hayek, declarava, por altura dos anos 70 do século passado, que os direitos socioeconómicos (exactamente os que são protegidos pelo Estado social), eram uma invenção que ele considerava catastrófica: eram resultado da influência exercida pela “revolução marxista russa”. E apelava pois para a libertação dessa herança maléfica. Percebe-se assim que, ao desaparecimento do desafio que a União Soviética e um campo socialista forte representavam, tenha correspondido e continue a corresponder cada vez mais o desmantelamento do Estado social.</div><div style="text-align: justify;">Há, por fim, um terceiro aspecto da contra-revolução que não devemos perder de vista. É o verdadeiro ataque à democracia que assume formas particularmente gritantes na fábrica, Aí a contra-revolução é evidente ao ponto de ser praticamente declarada: o poder patronal deve poder exercer-se sem demasiados limites, a Constituição não deve ser causa de embaraço nas relações de trabalho. Mas há um aspecto que passa para além da fábrica e que diz respeito à sociedade no seu conjunto: é o avanço de um “bonapartismo suave” (que defini no meu livro Democracia ou bonapartismo) incarnado no nosso país pelo Presidente do Conselho. A propósito da ascensão deste personagem, queria chamar a atenção para um outro fenómeno não menos inquietante: hoje em dia a riqueza exerce um peso político imediato. Enquanto existiu na Itália o sistema proporcional, era mais fácil a formação de partidos políticos de massas, e era possível conter dentro de certos limites o peso político da riqueza que, actualmente e pelo contrário, se exprime de forma imediata, mesmo despudorada. Assistimos ao aparecimento e à afirmação dum líder político que, a partir da concentração dos meios de informação e utilizando sem preconceitos a enorme riqueza à sua disposição, pretende exercer, e exerce de facto, um poder decisivo sobre as instituições políticas e revela uma total capacidade de corrupção e de manipulação.</div><div style="text-align: justify;">Nesta altura, podemos traçar um primeiro balanço: a viragem de 1991, que assistiu à dissolução do PCI e que devia ter favorecido a renovação democrática e social da Itália, foi na realidade o ponto de partida duma contra-revolução que, certamente, é de dimensão internacional, mas que se revela de modo especialmente doloroso na Itália, neste país que, graças à Resistência e à presença duma esquerda forte e de um Partido comunista forte, permitiu conquistas democráticas e sociais muito importantes.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM: </strong>A propósito disso, uma pergunta: como foi possível que, num país que devia ter precisamente uma memória ainda fresca do que foi a Resistência, se tenha chegado a uma anestesia das consciências a ponto de o nosso Presidente do Conselho não só ser amado do ponto de vista pessoal, como ser mesmo invejado? Como explicar por um lado o fascínio pelo “self made man” e por outros fenómenos como a anti-política de Grillo [1]? E, se pensarmos no que se poderá definir como o terceiro pólo: como explicar o fascínio que a esquerda sente por uma personalidade como a de Vendola [2] que, até há pouco tempo, fazia parte da Rifondazione Communista e que agora preenche o vazio que se abriu genericamente à esquerda do Partito Democrático?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL:</strong> Assistimos a uma contra-revolução de que já defini os elementos políticos centrais; mas não podemos esquecer que essa contra-revolução também se dá ao nível ideológico-cultural. Estamos em vias de reescrever de forma totalmente fantasista e vergonhosa a história não só do nosso país, como de todo o século XX.</div><div style="text-align: justify;">Quais são os elementos fundamentais dessa história? A partir da Revolução de Outubro começaram três gigantescos processos de emancipação. O primeiro foi o a independência dos povos coloniais: nas vésperas da viragem de 1917, os países independentes eram apenas em número bastante restrito, quase todos situados no ocidente. A Índia era uma colónia, a China um país semi-colonial; toda a América do sul estava submetida ao controlo da doutrina Monroe e dos EUA. A África tinha sido repartida entre as diversas potências colonialistas europeias. Na Ásia, a Indonésia, a Malásia, etc. eram colónias. O gigantesco processo de descolonização e de emancipação que pôs fim a essa situação viu o seu primeiro impulso na Revolução de Outubro.</div><div style="text-align: justify;">O segundo processo foi o da emancipação das mulheres: é importante recordar que o primeiro país em que as mulheres passaram a usufruir da totalidade dos direitos políticos e eleitorais (activos e passivos) foi a Rússia revolucionária, entre Fevereiro e Outubro de 1917. Foi apenas num segundo tempo que chegaram ao mesmo resultado a Alemanha da República de Weimar, saída de uma outra revolução, a de Novembro de 1918, depois os Estados Unidos. Em países como a Itália e a França, as mulheres só conquistaram a sua emancipação na onda da Resistência anti-fascista.</div><div style="text-align: justify;">Finalmente, o terceiro processo foi a eliminação da discriminação eleitoral que, em matéria de direitos políticos, continuava a discriminar negativamente as massas populares: na Itália liberal e dos Sabóias, em vez de ser eleito pelas bases, o Senado era apanágio da grande burguesia e da aristocracia. A discriminação eleitoral também se fazia sentir em Inglaterra, e não somente pela presença da Câmara dos lordes; ainda em 1948, havia 500 000 pessoas que gozavam de voto plural e portanto da faculdade de votar várias vezes: eram consideradas como mais inteligentes (claro que se tratava de pessoas ricas do sexo masculino).</div><div style="text-align: justify;">Para acabar. No decurso do século XX desenvolveu-se em três frentes um gigantesco processo de emancipação que partiu da Revolução de Outubro e da luta contra a guerra e a carnificina do primeiro conflito mundial. Tudo isso é actualmente esquecido e rejeitado a tal ponto que, na ideologia que é hoje dominante, a história do comunismo se torna na história do horror.</div><div style="text-align: justify;">O paradoxo é que nesta gigantesca manipulação não participou apenas a direita propriamente dita; Fausto Bertinotti [3] prestou uma grande contribuição, assim como Vendola que é seu herdeiro e seu discípulo. Não há qualquer dúvida que também ele se dedicou à tentativa de apagar da memória histórica o gigantesco e múltiplo processo de emancipação saído da Revolução de Outubro: desse grande capítulo da história, Bertinotti traçou um resumo que não é muito diferente do que foi traçado pela ideologia e pela classe dominante.</div><div style="text-align: justify;">E assim acabou por se constituir uma cultura, ou mais exactamente uma “incultura”, que dá muito jeito para a ordem existente. Tal como no plano propriamente político, também no plano ideológico está em marcha o que defini (sempre em Democracia ou bonapartismo) o regime de “monopartismo competitivo”. Assistimos ao funcionamento de um partido único que, segundo modalidades diversas, remete para a mesma classe dominante, para a burguesia monopolista. Evidentemente, existe sempre o momento da competição eleitoral, mas trata-se de uma competição entre camadas políticas em que cada uma delas tenta realizar ambições a curto prazo, sem nunca pôr à discussão o quadro estratégico, a orientação cultural de fundo e a classe de referência, ou seja, a burguesia monopolista; sobre isso tudo, nem sequer se discute.</div><div style="text-align: justify;">Eis a situação perante a qual nos encontramos: o Monopartismo Competitivo. O desaparecimento do sistema proporcional só favoreceu a sua consolidação.</div><div style="text-align: justify;">E, ma ausência de uma verdadeira alternativa, compreende-se os fenómenos da anti-política, do “grillisno”: apesar das suas declarações, acabam por fazer parte integrante do regime político e do mesmo panorama desolador que tentei descrever resumidamente.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM:</strong> Esses fenómenos são pois uma outra forma de anestesia, uma tentativa de refrear qualquer tipo de reacção que seja, mesmo as que provêem das mesmas camadas sociais.</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL: </strong>É um facto que falta hoje uma força política organizada e estruturada que se oponha à manipulação ideológica e historiográfica e ao monopartismo competitivo que reinam actualmente. Ficam assim sem contestação o domínio e a hegemonia da burguesia monopolista, assim como a contra-revolução neo-liberalista e pró-imperialista de que falei.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM: </strong>Seria necessário um movimento comunista precisamente para as questões de fundo que invadem a Itália e o mundo inteiro. Porque é que no nosso país o movimento comunista vive uma crise tão profunda?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL:</strong> A partir de 1989 assistimos a uma vitalidade nova das forças conservadoras e reaccionárias e esse vitalidade também se manifestou na Itália. Isso não nos deve espantar. É uma outra coisa que deve suscitar as nossas inquietações: porque é que no nosso país essa ofensiva contra-revolucionária encontrou uma resistência tão fraca, uma total falta de resistência mesmo e, em certos casos, como já disse, pôde mesmo beneficiar do encorajamento por parte dos que deviam constituir a esquerda?</div><div style="text-align: justify;">A partir de 1989, a esquerda também começou a dizer que o comunismo estava morto. A propósito dessa palavra de ordem, que continua a aparecer, queria tecer algumas considerações enquanto historiador e enquanto filósofo. Apresenta-se como uma coisa nova mas, na realidade, é bastante velho: o comunismo foi sempre declarado morto, ao longo de toda a sua história; podemos mesmo dizer que o comunismo foi declarado morto antes mesmo do seu nascimento.</div><div style="text-align: justify;">Não se trata de um paradoxo nem de uma piada. Vejamos o que se passa em 1917: a Revolução de Outubro ainda não tinha estalado, já grassava a carnificina da primeira guerra mundial. É exactamente nesse ano que um filósofo italiano de estatura internacional, Benedetto Croce, publica um livro intitulado Materialismo histórico e economia marxista. O prefácio apressa-se a declarar imediatamente que o marxismo e o socialismo estão mortos. O raciocínio é simples: Marx previra e invocara a luta de classes proletária contra a burguesia e o capitalismo, mas onde estava nesse momento a luta de classes? Os proletários andavam a cortar as cabeças uns aos outros. Em vez da luta de classes, assistia-se à luta entre os Estados, entre as nações que se confrontavam no campo da batalha. E, portanto, a morte do marxismo e do socialismo estavam à vista de todo o mundo. Ou seja, antes mesmo de aparecer e de se desenvolver o movimento comunista propriamente dito, que verá o seu nascimento na Revolução de Outubro e de seguida com a fundação da Internacional comunista, antes mesmo disso tudo, esse movimento já tinha sido declarado morto, sob os cuidados de Benedetto Croce. Sabemos hoje, tarde demais, que a disputa pela hegemonia e a guerra imperialista, consideradas por Croce como um facto imutável, constituíram o ponto de partida da Revolução de Outubro, que se impôs precisamente na luta contra a carnificina provocada pelo sistema capitalista e imperialista. Foi assim que começou o movimento comunista. E as declarações de morte sucederam-se… Enquanto que na Rússia soviética era introduzida a NEP [Nova Economia Politica], uma série de jornais europeus e americanos e intelectuais de primeiro plano e eminentes homens políticos opinaram: vejam, acabou a colectivização total dos meios de produção, que tinha sido proposta e solicitada por Karl Marx; até Lenine foi obrigado de reconhecer a necessidade da viragem; portanto o comunismo está morto. Basta ler qualquer livro de história um pouco mais profundo do que os manuais consensuais para perceber como é recorrente esta palavra de ordem que estamos a analisar. Os que continuam a afirmar que o comunismo está morto, julgando que estão a anunciar uma novidade, não se apercebem, por causa da sua ignorância histórica ou da sua adesão acrítica ou da sua submissão à ideologia dominante, que estão apenas a repetir um slogan recorrente na história da luta da burguesia e do imperialismo contra o movimento comunista.</div><div style="text-align: justify;">Quanto a este ponto quase poderíamos concluir com uma piada: há um provérbio segundo o qual um indivíduo considerado morto e de que se faz o elogio fúnebre embora ele esteja ainda vivo, está destinado a gozar de longevidade. Se esse provérbio também fosse válido para os movimentos políticos, os que se reclamam do comunismo podem ter toda a confiança no futuro.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM: </strong>Partindo do pressuposto que haja uma necessidade social e histórica a favor de uma nova vaga revolucionária e que o renascimento de um Partido Comunista seja absolutamente necessário, quais são as características que ele deverá ter, quais são os passos a dar e quem deverá fazê-los e de que modo?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL: </strong>É preciso distinguir a dimensão ideológico-política da dimensão organizativa. Vou concentrar-me na primeira. O que é que significa então falar da morte do comunismo quando nos encontramos frente a uma situação em que a guerra reapareceu na ordem do dia, e quando se agrava todos os dias o perigo de um conflito em grande escala? Sim, até agora temos assistido e continuamos a assistir a guerras do tipo colonialista clássico: ocorrem quando uma potência armada até aos dentes e com uma nítida superioridade tecnológica e guerreira se encarniça contra um país, ou contra um povo, que não pode opor qualquer resistência. São guerras coloniais, por exemplo, a que a NATO lançou contra a Jugoslávia em 1999, as diversas guerras do Golfo, a guerra contra o Afeganistão. Sem falar da guerra interminável, a mais vergonhosa de todas, que continua a desencadear-se contra o povo palestino.</div><div style="text-align: justify;">Mas actualmente os grandes órgãos de informação internacionais observam que existe o perigo concreto de guerra em grande escala: a que se seguiria à agressão desencadeada pelos Estados Unidos e Israel contra o Irão. Não se sabe qual poderá ser a evolução e as complicações internacionais. E sobretudo, não devemos perder de vista a guerra (por agora fria) que os EUA começam a travar contra a República Popular da China: é preciso ser muito ingénuo para não perceber isso. Estamos perante uma situação que torna urgente o dever de lutar contra o imperialismo e a sua política de agressão e de guerra, e isso faz-nos voltar evidentemente à história do movimento comunista.</div><div style="text-align: justify;">O outro elemento que devemos ter em conta é a crise económica. Quem se esqueceu dos discursos triunfais, segundo os quais o capitalismo já tinha ultrapassado as suas crises periódicas, crises essas de que Marx tinha falado? E até - garantiam-nos - não só se devia falar do fim da crise mas pura e simplesmente do fim da história. Actualmente, pelo contrário, a crise do capitalismo está debaixo dos nossos olhos e são muitos os que pensam que está para durar; não é fácil prever a sua evolução, mas de certeza que não se trata de um fenómeno puramente contingente.</div><div style="text-align: justify;">Portanto, é clara a permanência dos problemas, das questões centrais que estão na origem do movimento político comunista.</div><div style="text-align: justify;">Vejamos agora o segundo aspecto: o que é que significa falar do fim do comunismo quando vemos um país como a China, que representa um quinto da população mundial, ser dirigido por um partido comunista? Podemos e devemos discutir as opções políticas dos grupos dirigentes, mas não podemos deixar de admirar a ascensão prodigiosa de um país de dimensão continental que liberta da fome centenas de milhões de pessoas e que, ao mesmo tempo, altera profundamente (num sentido desfavorável ao imperialismo) a geografia política do mundo.</div><div style="text-align: justify;">Neste ponto é necessário fazer uma pergunta: qual foi o conteúdo político central do século XX? Já falei dos três movimentos de emancipação que caracterizam a história do século XX. Detenhamo-nos sobre quem teve o desenvolvimento planetário mais amplo: todo o século XX foi atravessado por gigantescas lutas de emancipação, travadas pelos povos coloniais ou ameaçados de serem submetidos ao colonialismo: pensemos na China, no Vietname, em Cuba, na própria União Soviética que, na luta contra a tentativa hitleriana de criar um império colonial precisamente na Europa oriental, teve que travar a Grande guerra patriótica. Esse processo gigantesco desapareceu no século XXI, no século em que vivemos? Não, ele continua. Mas há outros. Para além dos casos trágicos, como o do povo palestino que é obrigado a sofrer o colonialismo na sua forma clássica e mais brutal, nos outros países a luta anti-colonialista passou da fase propriamente político-militar para a fase político-económica. Esses países tentam garantir uma independência que já não é apenas política mas também económica; estão portanto empenhados em romper com o monopólio tecnológico que os Estados Unidos e o imperialismo julgavam ter conquistado duma vez por todas. Por outras palavras, estamos perante a continuação da luta contra o colonialismo e o imperialismo que constituiu o conteúdo principal do século XX. E, tal como no século que já passou, onde foram partidos comunistas que estimularam e dirigiram esse movimento, também agora vemos países como a China, o Vietname ou Cuba guiar no século XXI essa nova fase do processo de emancipação anti-colonialista. Por certo não é por acaso que estes três países são dirigidos por partidos comunistas. Os que declaram morto o movimento comunista, e pensam estar a falar de uma coisa evidente, não se apercebem que estão a repetir uma idiotice macroscópica.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM:</strong> Portanto existem as condições objectivas materiais para um relançamento, mesmo na Itália, de um Partido Comunista de quadros e com o apoio das massas?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL:</strong> Sinceramente, creio que sim, estou mesmo convencido disso: não vemos porque é que a Itália tenha que ser uma anomalia em relação ao quadro internacional. Se é verdade que, na Europa oriental, entre 1989 e 1991, o movimento comunista sofreu uma severa derrota, que evidentemente é preciso reconhecer e ter em conta, também é verdade que a situação mundial no seu conjunto apresenta um quadro bastante mais variado e decisivamente mais encorajador. Por exemplo, regressei duma viagem a Portugal, onde tive ocasião de apreciar a presença do Partido Comunista. É sabido que em Itália temos uma grande tradição comunista por detrás de nós e não há nenhuma razão para nos apropriarmos dela, claro de que modo crítico. Creio que existem também os pressupostos não somente ideais mas também políticos para pôr fim ao fraccionamento das forças comunistas. Circulando pelo nosso país, mais em manifestações culturais do que políticas, observei que o potencial comunista é real. Os comunistas estão é fragmentados em diversas organizações, por vezes mesmo em pequenos círculos: é preciso arregaçar as mangas e pôr-se ao trabalho pela unidade, apoiando-se primeiro que tudo nas forças comunistas que já estão presentes de modo mais ou menos organizado a nível nacional. Estou a pensar em L’Ernesto, que actua no quadro da Rifondazione Comunista, e no PdCI (Partito dei Comunisti italiani, N.T.): se se unissem, estas duas forças ficariam em condições de lançar um sinal aos círculos comunistas difusos pelo território nacional, um convite para abandonarem a resignação e o sectarismo para se porem ao trabalho a fim de concretizarem os ideais e um projecto comunista.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM: </strong>Então, o que impede a construção de um Partido Comunista único em Itália, na sua opinião, é essa fragmentação, esse cansaço para enfrentar de novo lutas que uma série de camaradas já travaram?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL:</strong> A Itália ressente-se do peso de uma situação especial: a acção negativa dum partido, o da Rifondazione comunista, conduzido durante muito tempo por dirigentes com uma visão substancialmente anti-comunista, dirigentes que se dedicaram activamente a liquidar a herança da tradição comunista no mundo e na Itália. É evidente que devemos libertar-nos dessa fase trágica e grotesca da história que temos atrás de nós; desse ponto de vista a reconstrução do Partido não é apenas um dever organizativo, mas é um dever sobretudo teórico e cultural. Creio que esses problemas podem ser enfrentados e resolvidos positivamente.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM:</strong> Encontramo-nos actualmente numa situação em que assistimos a uma mudança de perspectiva mesmo cultural. Enquanto que no século XX, a hegemonia cultural era apanágio do movimento comunista, hoje a palavra comunista é vivida quase com embaraço, ou mesmo com uma vergonha manifesta, até ao ponto das declarações de Bertinotti sobre a impronunciabilidade da palavra comunista ou sobre a redução do seu significado, na melhor das hipóteses, a qualquer coisa puramente cultural. Como é que se chegou a este ponto e como nos podemos libertar de tudo isso?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL:</strong> A palavra comunismo será impronunciável? Enquanto historiador tenho que observar imediatamente que então devíamos renunciar a palavras que servem de referência aos movimentos políticos actuais em geral. Como é que se chamava nos EUA o partido que defendeu até ao fim a instituição da escravatura dos negros? Chamava-se Partido Democrata. E como se chamava, também nos EUA, o partido que, mesmo depois da abolição formal da escravatura, defendeu o regime da supremacia branca, da segregação racial, do linchamento dos negros organizado como tortura lenta e interminável e como espectáculo de massas? Chamava-se, mais uma vez, Partido Democrata. Sim, os campeões da escravatura e do racismo mais vergonhoso fizeram profissão de fé de democracia. Deveríamos concluir que “democracia” é impronunciável? Pensar que a palavra democracia tem uma história mais bela, mais limpa, mais imaculada, do que a palavra comunismo significa não conhecer nada da história. O que eu disse a propósito da palavra democracia podia ser repetido calmamente para outras palavras que fazem parte essencial do património da esquerda. Como se chamava o partido de Hitler? Chamava-se Partido nacional-socialista: também devemos considerar a palavra socialista como um tabu? Para sermos exactos, o partido de Hitler chamava-se Partido nacional-socialista dos operários alemães. Então seria inconveniente e inaceitável fazer referência aos operários e à classe operária. Não há nenhuma palavra que possa exibir o estatuto da pureza. Hitler e Mussolini pretendiam ser os promotores e os protagonistas duma revolução; eis outra palavra que, segundo a lógica de Bertinotti, devia ser impronunciável.</div><div style="text-align: justify;">Na realidade, esta proposta sobre a impronunciabilidade da palavra “comunismo” pressupõe não só uma total subserviência em relação à ideologia dominante mas também uma total incapacidade de julgamento histórico e político. Para clarificar este último ponto, apoiar-me-ei numa comparação que ilustrei no meu livro Controstoria del liberalismo (Contra história da democracia, N.T.). Nos anos trinta do século XIX, duas ilustres personalidades francesas visitam os EUA. Uma é Alexis de Tocqueville, o grande teórico liberal; a outra é Victor Schoelcher, aquele que, depois da revolução de Fevereiro de 1848, vai abolir definitivamente a escravatura nas colónias francesas. Ambos visitam os EUA no mesmo período, mas independentemente um do outro. Constatam os mesmos fenómenos: o governo da lei e da democracia estão em vigor na comunidade branca; mas os negros sofrem a escravatura e uma opressão feroz, enquanto que os peles-vermelhas são progressiva e sistematicamente eliminados da superfície da terra. Na altura das conclusões, a começar pelo título do seu livro (A democracia na América), Tocqueville fala dos EUA como de um país autenticamente democrático, e até mesmo como do país mais democrático do mundo; Schoelcher, pelo contrário, vê os EUA como o país onde reina o despotismo mais feroz. Qual dos dois tem razão?</div><div style="text-align: justify;">Imaginemos que no século XX, Tocqueville e Schoelcher regressavam ambos de uma volta ao mundo. O primeiro acabaria por elogiar o governo da lei e da democracia em vigor nos EUA e no “mundo livre” e considerar como pouco importantes a opressão e as práticas genocidas impostas por Washington e pelo “mundo livre” nas colónias e semi-colónias (na Argélia, no Quénia, na América do Sul, etc.), o assassínio sistemático de centenas de milhares de comunistas organizado pela CIA num país como a Indonésia, a discriminação, a humilhação e a opressão infligidas mesmo na metrópole capitalista e “democrática” à custa dos povos de origem colonial (os negros nos EUA, os argelinos em França, etc.). Schoelcher, pelo contrário, concentraria a sua atenção precisamente sobre tudo isso e concluiria que era o chamado “mundo livre” que exercia o pior despotismo. Compreende-se bem que a ideologia dominante se identifique sem reservas com o Tocqueville real e o Tocqueville imaginário. A sorte reservada aos povos coloniais e de origem colonial não conta!</div><div style="text-align: justify;">Contra esta perspectiva, repito o que já disse: os comunistas devem saber olhar de modo autocrítico a sua história mas não têm que ter vergonha e não devem entregar-se à autofobia; foi o movimento comunista que pôs fim aos horrores que caracterizaram a tradição colonialista (que descambou de seguida no horror do Terceiro Reich, no horror do regime que sofreu a sua primeira e decisiva derrota graças à União Soviética).</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM: </strong>Podemos dizer portanto que a via para a reconstrução do Partido comunista passa inevitavelmente pela escolha de se reapropriar do que constituiu as suas próprias raízes, do que foi o orgulho comunista e também da linguagem que faz parte dele?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL: </strong>Sem dúvida alguma. Essa reapropriação deve ser totalmente crítica, mas essa atitude também não é uma coisa nova. Quando Lenine lançou o movimento comunista, por um lado ligou-se à tradição socialista precedente, mas por outro lado soube reinterpretar essa tradição num sentido crítico, mantendo presente a evolução da história da sua época. Nos nossos dias, não se trata de forma alguma de evitar um balanço autocrítico, que se impõe absolutamente. Mas isso não tem nada a ver com a aceitação do quadro maniqueísta proposto ou imposto pela ideologia dominante. Esse quadro não corresponde de forma alguma à verdade histórica mas apenas à necessidade política e ideológica das classes dominantes e exploradoras de fazer calar toda a oposição de peso.</div><div style="text-align: justify;"><strong>SM:</strong> Então, na prática como é que deveremos trabalhar para voltar a dar à classe operária um Partido Comunista que esteja à altura dos temas e da confrontação de classe? Como podemos ter uma relação fecunda com os cidadãos italianos?</div><div style="text-align: justify;"><strong>DL:</strong> O modelo do Partido comunista elaborado por Lenine parece-me manter-se válido; evidentemente, é preciso ter em conta que o seu Que fazer? se referia à Rússia czarista e também, portanto, às condições de clandestinidade em que o partido era obrigado a funcionar. Em todo o caso, trata-se de construir um partido que não seja um partido de opinião e que não se caracterize pelo culto da personalidade, como foi o caso durante tanto tempo da Rifondazione Comunista. É preciso um partido capaz de construir um saber colectivo alternativo às manipulações da ideologia dominante, um partido que deve saber estar presente nos locais do conflito e deve saber também, quotidianamente, construir uma alternativa tanto no plano ideológico como no da organização política.</div><div style="text-align: justify;">Queria concluir com duas observações. A primeira: o exemplo da Lega (Liga do Norte, partido xenófobo e secessionista de Umberto Bossi, N.T.) (um partido que tem características reaccionárias e que nos apresenta cenários muito inquietantes) demonstra que era terrivelmente errónea a visão segundo a qual não havia espaço para um partido enraizado no território e no local do conflito.</div><div style="text-align: justify;">A segunda observação leva-me exactamente ao início da nossa conversa, em que eu recordei o ensinamento de Togliatti sobre a questão meridional como uma questão nacional. Actualmente impõe-se uma constatação amarga: a falta de solução da questão meridional está em vias de pôr em crise, ou corre o risco de pôr em crise, a unidade nacional do nosso país: num país caracterizado por grandes desequilíbrios regionais, o desmantelamento definitivo do Estado social passa pela liquidação do Estado nacional e da unidade nacional. O partido comunista que somos chamados a reconstruir na Itália fará a demonstração do seu internacionalismo concreto na medida, também, em que saiba enfrentar e resolver a questão nacional. Aderir aos movimentos secessionistas ou mesmo não os combater até ao fundo significará romper com a melhor tradição comunista. É preciso ter sempre presente a lição da Resistência: o Partido comunista tornou-se um forte partido de massas na medida em que soube ligar a luta social e a luta nacional, interpretar as necessidades das classes populares e ao mesmo tempo assumir a direcção de um movimento que lutava para salvar a Itália.</div><div style="text-align: justify;"><em>Notas :</em></div><div style="text-align: justify;"><em>[1] Beppe Grillo: actor cómico muito conhecido em Itália. Envolveu-se na época numa polémica com o PSI de Bettino Craxi que impôs a sua exclusão da televisão pública. É actualmente líder de um movimento (“5 Stelle”, 5 estrelas), de contornos qualunquistas (movimento pós-guerra que tentou afastar os partidos políticos do governo italiano - N.T.), que apela ao boicote dos partidos e das instituições e apela a uma forma pouco provável de democracia directa através da Internet. Mas é necessário sublinhar que o seu movimento tem uma grande audiência, sobretudo entre os leitores que votavam antigamente nos partidos comunistas e na esquerda radical; estes eleitores viraram-se para Grillo, desiludidos com a fraca autonomia desses partidos e a sua infeliz participação no governo Prodi (“são todos iguais”).<br />
[2] Nicola -Nichi- Vendola: nasceu e cresceu no PCI, está próximo das posições organizativas da esquerda de Pietro Ingrao, e foi um dos principais líderes do PRC. Partidário fervoroso do método das primárias, foi eleito presidente da Região Puglia onde exerce actualmente o seu segundo mandato. Derrotado na corrida para o secretariado do PRC, fundou um partido pessoal, Sinistra Ecologia e Liberta (Esquerda Ecologia e Liberdade). Sempre através do método das primárias, visa actualmente a remodelação, numa perspectiva mais radical, da esquerda moderada italiana; para esse efeito lançou a sua própria candidatura como presidente do Conselho, em concorrência com os candidatos do Partito Democrático. Herdeiro de Fausto Bertinotti, é também o teórico de um populismo retórico de esquerda, de veia poético-literária, por assim dizer.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>[3] Fausto Bertinotti: ligado na juventude à esquerda socialista de Riccardo Lombardi, depois líder da ala esquerda da CGIL (mais ou menos equivalente à CGT francesa, N.T.), foi “inscrito” como secretário do PRC (Partito della Rifondazione Comunista) pelo velho líder comunista Armando Cossutta. Dirigiu a Rifondazione durante mais de 10 anos, dando-lhe uma visibilidade mediática notável e força eleitoral. Mas foi também o principal fautor da sua descomunistização e mutação num partido de esquerda radical. Depois de ter ligado o destino do PRC ao movimento não-global e ao radicalismo mais avançado, impôs uma viragem de 180 graus em 2005, levando o seu próprio partido para o governo Prodi e aceitando a presidência da Câmara. Isso não foi aceite pelos eleitores que, nas eleições de 2008, rejeitaram clamorosamente a coligação da esquerda radical. </em></div><div style="text-align: justify;"><em>* Sara Milazzo é colaboradora da revista comunista italiana L’Ernesto.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Doménico Losurdo, filósofo e Professor de História da Filosofia na Universidade de Urbino, Itália, é amigo e colaborador de odiario.info.<br />
Esta entrevista a Domenico Losurdo, foi publicada na revista italiana <a href="http://www.lernesto.it/index.aspx?m=77&f=2&IDArticolo=19905" rel="nofollow" target="_blank">http://www.lernesto.it/index.aspx?m=77&f=2&IDArticolo=19905</a><br />
Todas as notas de rodapé foram escritas, para a versão francesa desta entrevista, por Stefano G. Azzarà (s.azzara@uniurb.it), historiador de filosofia na Universidade de Urbino (Itália) <a href="http://materialismostorico.blogspot.com/" rel="nofollow" target="_blank">http://materialismostorico.blogspot.com/</a> .</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Tradução de Margarida Ferreira</em></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-53487504390200460852010-11-07T23:48:00.003-02:002010-11-07T23:49:21.252-02:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTF3D-sM1cp0zjSw_4u8jqKWQtCA_2e_zBWLWpydROSreNiRSh3e5_BtMuQoG2nygCPC6GO6s6AnGEle2fjhaoeLAxVS3M-eiwHeZYqF7NKhXYFp5peJoGBnRISeMd__nfm55AuuAEH_U/s1600/cartaz_ccse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTF3D-sM1cp0zjSw_4u8jqKWQtCA_2e_zBWLWpydROSreNiRSh3e5_BtMuQoG2nygCPC6GO6s6AnGEle2fjhaoeLAxVS3M-eiwHeZYqF7NKhXYFp5peJoGBnRISeMd__nfm55AuuAEH_U/s400/cartaz_ccse.jpg" width="282" /></a></div>Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-84508483811815323342010-11-06T10:48:00.002-02:002010-11-06T10:52:24.236-02:00CICLO DE CONFERÊNCIAS SOCIALISMO E EDUCAÇÃO - PROGRAMAÇÃO<i><u><b>22 e 23 de novembro de 2010 - Faculdade de Educação - UFMG </b></u></i><br />
<br />
<u><b>22/11 segunda-feira - Auditório Neidson Rodrigues</b></u><br />
<b>8:30hs – Ato de abertura com execução de “A Internacional”</b><br />
<br />
<b>9:00hs - Lênin: a política como educação revolucionária</b><br />
Prof. Dr. Antônio Carlos Mazzeo (Unesp-Marília), presidente do Instituto Caio Prado Jr.<br />
Prof. Sérgio Miranda (ex-deputado federal)<br />
Prof. Dr. Antônio Júlio de Menezes Neto (UFMG), coordenador da mesa<br />
<br />
<b>14:00hs - O marxismo na América Latina: Caio Prado Jr., Paulo Freire e José Carlos Mariátegui</b><br />
Prof. Dr. Antônio Júlio de Menezes Neto (UFMG)<br />
Prof. Dr. Pablo Luiz de Oliveira Lima (UFMG)<br />
Mestrando Fernando Conde UFMG), coordenador da mesa<br />
<br />
<b>18:00hs – Atividade cultural: apresentação da peça “Estômago” pela Cia. Crônica de teatro<br />
Lançamento da revista do Instituto Caio Prado Jr. Novos Temas Número 2</b><br />
<u><br />
</u><b><u>23/11 terça-feira - Auditório Neidson Rodrigues</u><br />
08:30hs - Gramsci e a escola unitária; Althusser e os aparelhos ideológicos.</b><br />
Profa. Dra. Rosemary Dore (UFMG)<br />
Prof. Dr. Walter Evangelista (UFMG)<br />
Doutoranda Adilene Gonçalves Quaresma (UFMG), coordenadora da mesa<br />
<br />
<b>14:00hs - Marx, trabalho, práxis e educação</b><br />
Prof. Dr. Hormindo Pereira de Souza Júnior (UFMG)<br />
Prof. Ms. Paulo Denisar Fraga (UNIFAL-MG - Universidade Federal de Alfenas)<br />
Graduanda em Pedagogia Aryanne Martins Oliveira (UFMG), coordenadora da mesa<br />
<b><br />
18:00hs – Coquetel de encerramento</b><br />
<br />
<b>Realização:</b><br />
Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Educação (NETE-UFMG)<br />
Linha de Pesquisa Política, Trabalho e Formação Humana do Programa de Pós-Graduação em Eduacação da FaE-UFMG<br />
Instituto Caio Prado Jr. - Seção Minas Gerais<br />
Associação dos Geógrafos do Brasil – AGB-BH<br />
Diretório Acadêmico Walquíria Afonso Costa – FaE-UFMG<br />
<br />
<b>Apoio: </b><br />
CENEX – FaE-UFMG<br />
<br />
As inscrições serão feitas no site do evento, ainda em construção. Inscrições prévias podem ser feitas pelo email plolima@yahoo.com. Envie somente o nome completo, instituição onde trabalha/estuda, organização política em que milita, se for o caso, e RG.Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-71807998262432925622010-10-28T09:57:00.000-02:002010-10-28T09:57:24.723-02:00Ciclo de conferências - Socialismo & Educação - UFMG22 e 23 de novembro de 2010<br />
<br />
<br />
Universidade Federal de Minas Gerais<br />
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1.Identificação / Histórico do evento<br />
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O Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Educação da UFMG; a Linha de Pesquisa Política, Trabalho e Formação Humana do Programa de Pós-graduação: Conhecimento e Inclusão Social em Educação da UFMG e o Instituto Caio Prado Jr. Minas Gerais criaram o “Ciclo de Conferências Socialismo e Educação” como estratégia de propiciar um espaço de interlocução da produção acadêmico-científica realizada por diferentes pesquisadores. Neste sentido os objetivos do Ciclo de Conferências serão:<br />
<br />
<br />
<br />
•Fortalecer as linhas de pesquisa que desenvolvem investigações na interface da problemática Socialismo e Educação.<br />
<br />
<br />
<br />
•Proporcionar a discussão e reflexão sobre o atual estágio das pesquisas sobre o tema.<br />
<br />
<br />
<br />
•Promover intercâmbio de experiências e pesquisas na área, possibilitando congregar pesquisadores e estudiosos de diferentes instituições.<br />
<br />
<br />
<br />
•Propiciar aos participantes um espaço para a problematização e elaboração de novos conhecimentos e campos de análise para suas investigações.<br />
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<br />
<br />
•Incentivar a produção e socialização de pesquisas e resultados sobre o tema proposto.<br />
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2.Entidades Promotoras<br />
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Núcleo de Estudos Sobre Trabalho e Educação da UFMG (NETE-UFMG)<br />
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Linha de Pesquisa Política, Trabalho e Formação Humana do Programa de Pós-graduação: Conhecimento e Inclusão Social em Educação da UFMG.<br />
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Instituto Caio Prado Jr. Minas Gerais<br />
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<br />
<br />
Associação dos Geógrafos do Brasil – seção local – BH.<br />
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DA FaE – UFMG – Walquíria Afonso Costa<br />
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3.Coordenação do Evento<br />
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ANTÔNIO JÚLIO DE MENEZES NETO (UFMG)<br />
<br />
<br />
<br />
HORMINDO PEREIRA DE SOUZA JUNIOR (UFMG)<br />
<br />
<br />
<br />
PABLO LUIZ DE OLIVEIRA LIMA (UFMG)<br />
<br />
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4.Data<br />
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22 e 23 de novembro de 2010<br />
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5.Local de realização:<br />
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O Ciclo de Conferências Socialismo e Educação ocorrera na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.<br />
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6.Público Alvo<br />
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<br />
•pesquisadores da área de trabalho e educação e Socialismo e Educação<br />
<br />
<br />
<br />
•alunos de mestrado e doutorado que estejam desenvolvendo pesquisas na área;<br />
<br />
<br />
<br />
•alunos da graduação e bolsistas de Iniciação Científica envolvidos em pesquisa nos temas ligados à área de trabalho e educação e Socialismo e Educação.<br />
<br />
<br />
<br />
•professores, trabalhadores, sindicalistas e assessores sindicais envolvidos em experiências inovadoras voltadas para a problemática proposta.<br />
<br />
<br />
<br />
•interessados dos movimentos sociais em geral.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-42264646030234883792010-10-28T09:40:00.000-02:002010-10-28T09:40:08.016-02:00REVISTA NOVOS TEMAS - 02A REVISTA NOVOS TEMAS 02 - R$ 20,00 <br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFjqzdY9cOwN_fJUN3AF9RKL7a3Qsux1_k38v2w5xOlkBVGrIn8Ry-tNDpQXf3N47oOaIUwjSF4-1lZtrGO4MSjOYiR78ktmgd5he92EXpDisf7nfU4SHZvoPzBXoiLLdXQaMY_Jw8KYY/s1600/novostemas02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFjqzdY9cOwN_fJUN3AF9RKL7a3Qsux1_k38v2w5xOlkBVGrIn8Ry-tNDpQXf3N47oOaIUwjSF4-1lZtrGO4MSjOYiR78ktmgd5he92EXpDisf7nfU4SHZvoPzBXoiLLdXQaMY_Jw8KYY/s320/novostemas02.jpg" width="228" /></a></div><br />
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ENTRE OUTRAS IMPORTANTES MATÉRIAS, TRÁS UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O SOCIÓLOGO MICHEL LӦWY.<br />
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ALÉM DE ARTIGOS DE GRANDE IMPORTÂNCIA, COMO O DE LEILA ESCORSIM NETTO, "AS PRIMEIRAS POLÊMICAS SOBRE MARIÁTEGUI", NA SEÇÃO FUNDAMENTOS, ONDE SÃO PUBLICADOS TEXTOS CLÁSSICOS, TEMOS O FAMOSO TEXTO DO JOVEM MARX, "GLOSAS CRÍTICAS MARGINAIS AO ARTIGO O REI DA PRÚSSIA E A REFORMA SOCIAL: DE UM PRUSSIANO", MUITO ELUCIDATIVO PARA O MOMENTO EM QUE VIVEMOS. <br />
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A NOVOS TEMAS PODE SER ENCONTRADA NA LIVRARIA CORTEZ.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-57196721074794456052010-07-16T14:28:00.000-03:002010-07-16T14:28:05.438-03:00UMA AGRESSÃO À HISTÓRIAO Congresso Brasileiro está discutindo um novo Código do Processo Civil (Projeto de Lei nº 166), que foi apresentado ao Senado em 8/6/2010. Em total desrespeito ao direito de preservação da história e às regras arquivísticas mais elementares, o artigo 967 desse projeto vem reforçar a moda burocrática de limpar o passado. O texto restaura, na íntegra, o antigo artigo 1.215 do atual Código do Processo Civil, promulgado em 1973, que autorizava a eliminação completa dos autos findos e arquivados há mais de cinco anos, "por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado". Em 1975, depois de ampla mobilização da comunidade nacional e internacional de historiadores e arquivistas, a vigência desse artigo foi suspensa pela Lei 6.246. Aprovada a atual proposta, estão novamente em risco milhares de processos cíveis: um prejuízo incalculável para a história do país, que já arca com perdas graves na área da Justiça do Trabalho, uma vez que a Lei 7.627, de 1987 (com o mesmo texto do artigo 967), tem autorizado a destruição de milhares de processos trabalhistas arquivados há mais de cinco anos. Além de grave agressão à História, a proposta também fere direitos constitucionais de acesso à informação e de produção de prova jurídica. Eis o texto do projeto de lei que está no Senado:<br />
<br />
<br />
Art. 967. Os autos poderão ser eliminados por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado, findo o prazo de cinco anos, contado da data do arquivamento, publicando-se previamente no órgão oficial e em jornal local, onde houver, aviso aos interessados, com o prazo de um mês. <br />
<br />
§ 1º As partes e os interessados podem requerer, às suas expensas, o desentranhamento dos documentos que juntaram aos autos ou cópia total ou parcial do feito. <br />
<br />
§ 2º Se, a juízo da autoridade competente, houver nos autos documentos de valor histórico, serão estes recolhidos ao arquivo público.<br />
<br />
O link para acompanhar a tramitação do PLS nº 166 é o seguinte: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=97249.<br />
<br />
Um ataque à cidadania que exige defesa firme por parte de todos que lutam pela defesa da História e da Memória. <br />
<br />
Fernando Teixeira da Silva (Arquivo Edgard Leuenroth - IFCH - UNICAMP)<br />
Silvia Hunold Lara (CECULT - IFCH - UNICAMP)<br />
Magda Barros Biavaschi (Fórum Nacional Permanente em Defesa da Memória da Justiça do TrabalhoPablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-29557839575739435632010-06-26T00:15:00.001-03:002010-06-26T00:17:44.495-03:00PARA O DEBATE...<div align="justify"><strong>Sobre a prática<br /></strong><br /></div><div align="justify">(Sobre a relação entre o conhecimento e a prática,<br />entre o saber e o fazer)<br /><br />Mao Tsé-tung<br /><br />No nosso Partido havia certo número de camaradas dogmáticos que, durante longo tempo, rejeitaram a experiência da revolução chinesa, negando essa verdade que "o marxismo não é um dogma, mas um guia para a ação", e tentaram intimidar a gente com palavras e frases das obras marxistas, tiradas mecanicamente fora do contexto. Havia também certo número de camaradas empíricos que, durante longo tempo, se limitaram à sua fragmentária experiência pessoal, não entenderam a importância da teoria para a prática revolucionária e não viram a revolução no seu conjunto; embora trabalhassem com diligência, faziam-no as cegas. As ideias errôneas de uns e outros, e em particular dos mais dogmáticos, causaram entre 1931 e 1934, enormes danos à revolução chinesa; aliás, os dogmáticos, disfarçados de marxistas, desorientaram grande número de camaradas. "Sobre a prática" foi escrito com o intuito de denunciar, do ponto de vista da teoria marxista do conhecimento, os erros subjetivistas de dogmatismo e de empirismo no Partido, nomeadamente o do dogmatismo. Este trabalho foi intitulado "Sobre a prática" porque coloca ênfase na denúncia do dogmatismo, variedade do subjetivismo que menospreza a prática. As concepções contidas neste trabalho foram expostas pelo camarada Mao Tsé-tung em uma palestra no Instituto Político e Militar Antijaponês de Yenán.<br /><br />O materialismo pré-marxista examinava os problemas do conhecimento sem ter em conta a natureza social dos homens nem o desenvolvimento histórico da humanidade e, por isso, era incapaz de compreender que o conhecimento depende da prática social, quer dizer, depende da produção e da luta de classes.<br /><br />Os marxistas pensam, acima de tudo, que a atividade dos homens na produção constitui justamente a base da sua atividade prática, o determinante de todas as demais atividades. O conhecimento do homem depende essencialmente da sua atividade na produção material, durante a qual vai compreendendo progressivamente os fenômenos da Natureza, as suas propriedades, as suas leis, bem como as relações entre ele próprio e a Natureza; ao mesmo tempo, pela sua atividade de produção, aprende a conhecer paulatina e gradualmente certas relações existentes entre os próprios homens. Não é possível adquirir qualquer destes conhecimentos fora da atividade na produção. Numa sociedade sem classes, cada indivíduo por si, enquanto membro dessa sociedade, colabora com os demais membros e estabelece com eles determinadas relações de produção, dedica-se à produção para satisfazer as necessidades materiais dos homens. Em todas as sociedades de classes, os membros dessas sociedades pertencem às diferentes classes sociais e que, de diversas formas, estabelecem determinadas relações de produção, também se dedicam à produção, destinada a satisfazer as necessidades materiais dos homens. É aqui que está a fonte fundamental de onde brota o desenvolvimento do conhecimento humano.<br /><br />A prática social dos homens não se reduz à sua atividade na produção. Ela apresenta-se sob muitas outras formas: a luta de classes, a vida política, as atividades científicas e artísticas; em resumo, o homem, como ser social, participa em todos os domínios da vida prática da sociedade. É por essa razão que o homem, ao aprender, apreende em graus diversos as diferentes relações entre os homens, não apenas na vida material, mas também na vida política e cultural (ambas estreitamente ligadas à vida material). Destas formas de prática social, a luta de classes, nas suas diversas manifestações, exerce uma influência particularmente profunda sobre o desenvolvimento do conhecimento humano. Numa sociedade de classes, cada indivíduo existe como membro de uma determinada classe e cada forma de pensamento está invariavelmente marcada com o selo de uma classe.<br /><br />Os marxistas defendem que a produção na sociedade humana se desenvolve passo a passo, do inferior ao superior e que, em consequência, o conhecimento que o homem tem quer da natureza quer da sociedade, se desenvolve também passo a passo, dos graus inferiores aos superiores, quer dizer, do simples ao complexo, do unilateral ao multilateral. Durante um período histórico muito longo, o homem viu-se circunscrito a uma compreensão unilateral da história da sociedade, já que, de um lado, as classes exploradoras a deformavam constantemente devido aos seus preconceitos e, por outro lado, a escala reduzida da produção limitava o horizonte dos homens. Só quando, com a formação de gigantescas forças produtivas (a grande indústria), surgiu o proletariado moderno, os homens puderam atingir uma compreensão global e histórica do desenvolvimento da sociedade e transformar esse conhecimento numa ciência, a ciência do marxismo.<br /><br />Os marxistas defendem que só a prática social dos homens pode constituir o critério da verdade dos conhecimentos que os homens possuem sobre o mundo exterior. Com efeito, o conhecimento do homem fica confirmado apenas quando consegue os resultados esperados no processo da prática social (produção material, luta de classes ou experimentação científica). Se se quiser atingir sucesso no trabalho, quer dizer, alcançar os resultados previstos, tem de se fazer concordar as ideias com as leis do mundo exterior objetivo; sem essa correspondência, fracassa-se na prática. Depois de se sofrer um fracasso, tira-se lições dele, modifica-se as ideias fazendo-as concordar com as leis do mundo exterior e, dessa forma, pode-se transformar o fracasso em sucesso: eis o que se quer dizer com "a derrota é a mãe da vitória" e "cada fracasso faz-nos mais experientes". A teoria materialista dialética do conhecimento coloca a prática no primeiro plano; considera que o conhecimento do homem não pode separar-se, em nenhum grau, da prática, e recusa todas as teorias errôneas que negam a importância da prática ou desligam o conhecimento da prática. Lenine dizia: "A prática é superior ao conhecimento (teórico), porque possui não apenas a dignidade da universalidade, mas também a da realidade imediata" [1]. A filosofia marxista – o materialismo dialético – tem duas características relevantes. Uma é o seu carácter de classe: afirma explicitamente que o materialismo dialético serve o proletariado. A outra é o seu caráter prático: vinca a dependência da teoria em relação à prática, sublinha que a prática é a base da teoria que, por sua vez, serve à prática. A verdade de um conhecimento ou de uma teoria não se determina por uma apreciação subjetiva, mas pelos resultados objeivos da prática social. O critério da verdade não pode ser outro senão a prática social. O ponto de vista da prática é o ponto de vista primeiro e fundamental da teoria materialista dialética do conhecimento.<br /><br />Mas, como é que o conhecimento humano surge da prática e serve, por sua vez, essa mesma prática? Para se compreender basta olhar o processo de desenvolvimento do conhecimento [2].<br /><br />No processo da prática, os homens não vêem, ao começo, senão as aparências, os aspectos isolados e as ligações externas das coisas. Por exemplo, as pessoas vindas a Yenan para ver como é, nos primeiros um ou dois dias, vêem a sua topografia, as ruas e as casas, tomam contato com muitas pessoas, assistem a recepções, reuniões e comícios, ouvem várias intervenções e lêem diferentes documentos: tudo isso é a aparência das coisas, os seus aspectos isolados e as suas ligações externas. Esta etapa do conhecimento denomina-se etapa sensorial, isto é, a etapa das sensações e das impressões. Quer dizer, as coisas de Yenan, isoladas, agindo sobre os órgãos dos sentidos das pessoas que cá vêm, provocam-lhes sensações e fazem surgir no seu cérebro uma grande quantidade de impressões e ideias aproximativas das ligações externas entre as ditas impressões: esta é a primeira etapa do conhecimento. Nesta etapa, os homens não podem ainda formar conceitos, pois estes correspondem a um nível mais profundo, nem tirar quaisquer conclusões lógicas.<br /><br />A continuação da prática social implica a repetição múltipla de fatos que suscitam nos homens as concomitantes repetições de sensações e impressões. É então que se produz uma mudança súbita (um salto) na consciência desses homens e no seu processo do conhecimento: surgem os conceitos. Os conceitos já não são mais simples reflexos das aparências das coisas, dos seus aspectos isolados e das suas ligações externas, porque captam os fatos na sua essência, no seu conjunto e nas suas ligações internas. Entre o conceito e a sensação existe uma diferença não apenas quantitativa, mas também qualitativa. O desenvolvimento posterior, através do juízo e da dedução, pode levar a extrair conclusões lógicas. Quando no Romance dos três reinos [3] se diz "franziu a sombrancelha e veio-lhe à mente um estratagema", ou quando dizemos correntemente "deixe-me refletir", isso significa que, operando intelectualmente conceitos com o cérebro, ajuízamos e deduzimos. Esta é a segunda etapa do conhecimento. Os nossos visitantes, que constituem grupos de investigação, depois de reunirem dados variados e, mais importante, depois de refletirem, podem chegar ao juízo de que "a política da frente única nacional anti-japonesa, aplicada pelo Partido Comunista, é consequente, sincera e genuína". Depois, tendo formulado esse juízo e se forem genuínos partidários da unidade para salvar a pátria, podem ir mais longe e extrair a seguinte conclusão: "A frente única nacional anti-japonesa pode ter êxito". Esta etapa, a dos conceitos, dos juízos e das deduções, aparece como ainda mais importante no processo geral do conhecimento das coisas pelos homens: é a etapa do conhecimento racional. A verdadeira tarefa do conhecimento consiste em passar das sensações ao pensamento, em chegar progressivamente à compreensão das contradições internas dos fatos, das suas leis e das ligações internas entre processos, quer dizer, em atingir o conhecimento lógico. Repetimos: o conhecimento lógico difere do conhecimento sensorial na medida em que este atinge apenas os aspectos isolados, as aparências e as ligações externas das coisas, enquanto aquele, dando um enorme passo à frente, alcança a totalidade de cada fenômeno, a sua essência e a ligação interna das coisas, pondo a nu as contradições internas do mundo objetivo e pode, por isso mesmo, alcançar o domínio do desenvolvimento do mundo circundante no seu conjunto, nas ligações internas de todos os seus aspectos.<br /><br />Ninguém, antes do marxismo, elaborou uma teoria como esta, a materialista dialética, sobre o processo de desenvolvimento do conhecimento, fundada na prática e indo do superficial ao profundo. Foi o materialismo marxista o primeiro a resolver corretamente este problema evidenciando, de uma maneira materialista e dialética o movimento de aprofundamento contínuo do conhecimento, movimento pelo qual os homens, como seres sociais, passam progressivamente do conhecimento sensorial ao conhecimento lógico na sua prática complexa e constantemente repetida da produção e da luta de classes. Lenine dizia: "A abstração da matéria, de uma lei natural, a abstração do valor, etc., numa palavra, todas as abstrações científicas (corretas, sérias, não arbitárias) refletem a Natureza mais profundamente, mais fielmente e mais completamente" [4]. O marxismo-leninismo sustenta que cada uma das duas etapas do processo cognitivo tem as suas próprias características, na etapa inferior, o conhecimento manifesta-se como conhecimento sensorial e, na etapa superior, como conhecimento lógico, mas ambas são etapas de um processo cognitivo único. O conhecimento sensorial e o conhecimento racional são qualitativamente diferentes, mas não estão desligados um do outro, pelo contrário, encontram-se unidos pela base da prática. A nossa prática é testemunho de que não podemos compreender imediatamente os dados de que temos apenas percepção sensorial, e que só aquilo que já compreendemos podemos sentir com maior profundidade. A sensação apenas resolve o problema das aparências; o problema da essência só pode ser resolvido pelo pensamento teórico. A solução destes problemas não pode afastar-se, nem um mínimo que seja, da prática. Quem quiser conhecer uma coisa, não poderá fazê-lo sem entrar em contato com ela, quer dizer, sem viver (praticar) no mesmo meio em que essa coisa existe. Na sociedade feudal era impossível conhecer antecipadamente as leis da sociedade capitalista, pois não tinha aparecido ainda o capitalismo e faltava a prática correspondente. O marxismo só podia ser produto da sociedade capitalista. Marx, na época do capitalismo liberal, não podia conhecer concretamente, de antemão, certas leis peculiares da época do imperialismo, já que não tinha aparecido ainda o imperialismo, fase suprema do capitalismo, e faltava a prática correspondente; apenas Lenine e Estaline puderam assumir essa tarefa. Para além do seu gênio, a razão principal pela qual Marx, Engels, Lenine e Estaline puderam criar as suas teorias foi a sua participação pessoal na prática da luta de classes e da experimentação científica do seu tempo; sem este requisito, nenhum gênio poderia tê-lo feito com sucesso. A expressão: "sem ultrapassar a ombreira da porta, o letrado pode saber tudo quanto acontece no mundo" não era mais do que uma frase oca nos tempos antigos, quando a técnica não estava ainda desenvolvida; e se na nossa época de técnica desenvolvida, tal coisa aparece como realizável, os únicos que podem possuir conhecimentos autênticos, de primeira mão, são quem "no mundo" se dedica à prática. E só quando, graças à escrita e a outros meios técnicos, os conhecimentos que estas pessoas adquiriram na sua prática chegam ao "letrado", pode este, indiretamente, "saber tudo quanto acontece no mundo". Para conhecer diretamente tal ou tal coisa ou coisas, é necessário participar pessoalmente na luta prática para transformar a realidade, para transformar a dita coisa ou coisas, já que este é o único meio de entrar em contato com a forma sob a qual essa coisa aparece (o fenômeno) e só assim é possível conhecer a essência da dita coisa ou coisas e compreendê-las. Tal é o processo cognitivo que todos os homens seguem na realidade, embora alguns, deformando deliberadamente os fatos, afirmem o contrário. Os mais ridículos são os "sabe-tudo" que, recolhendo de ouvido conhecimentos fragmentários e superficiais, se têm pela "máxima autoridade no mundo", o que apenas dá testemunho da sua fatuidade. O conhecimento é uma questão de ciência e esta não admite nem a menor desonestidade nem a menor presunção; o que requer é precisamente o contrário, honestidade e modéstia. Se se quiser conhecer, tem-se que participar na prática que transforma a realidade. Se se quiser conhecer o sabor de uma pêra, tem-se que transformá-la provando-a. Se se quiser conhecer a estrutura e as propriedades do átomo, tem-se que fazer experiências físicas e químicas modificando o estado do átomo. Se se quiser conhecer a teoria e os métodos da revolução, tem-se que participar na revolução. Todos os conhecimentos autênticos resultam da experiência direta. Porém, cada homem não pode ter uma experiência direta de todas as coisas, razão pela qual a maior parte dos nossos conhecimentos provêm da experiência indireta, por exemplo, todos os conhecimentos dos séculos passados e de outros países. Estes conhecimentos foram ou são, para os nossos antecessores e para os estrangeiros, produto da sua experiência direta, e merecem confiança se no decurso dessa experiência direta se cumpriu a condição de "abstração científica" de que falava Lenine e se refletem de um modo científico a realidade objetiva; se assim não for, não a merecem. Por isso, os conhecimentos de qualquer pessoa são constituídos por duas partes: os dados da experiência direta e os dados da experiência indireta. Contudo, o que para mim é experiência indireta, constitui para outros experiência direta. Daí que, considerando o seu conjunto, nenhum conhecimento, seja do tipo que for, está desligado da experiência direta. A fonte de todo o conhecimento são as sensações recebidas do mundo exterior objetivo pelos homens através dos seus órgãos dos sentidos. Não é materialista quem negar a sensação, negar a experiência direta, ou negar a participação pessoal na prática transformadora da realidade. É por isso que os "sabe-tudo" são tão ridículos. Um antigo ditado chinês pergunta: "se não se entrar no covil do tigre, como se lhe pode apanhar as crias?" Este ditado é verdadeiro tanto para a prática do homem quanto para a teoria do conhecimento. Não pode haver conhecimento desligado da prática.<br /><br />Para pôr em evidência como o movimento materialista dialético do conhecimento, movimento de aprofundamento gradual do conhecimento, se funda na prática transformadora da realidade, daremos a seguir outros exemplos concretos.<br /><br />No período inicial da sua prática, período de destruição das máquinas e de luta espontânea, o proletariado, no que diz respeito ao seu conhecimento da sociedade capitalista, apenas se encontrava na etapa do conhecimento sensorial: conhecia apenas aspectos isolados e ligações externas de diferentes fenômenos do capitalismo. Nessa época, o proletariado era ainda o que se chama de "classe em si". Só se tornou numa "classe para si" quando, entrando no segundo período da sua prática, período de luta econômica e política consciente e organizada, começou a compreender a essência da sociedade capitalista, as relações de exploração entre as classes sociais e as suas próprias tarefas históricas, graças as experiências práticas variadas, à experiência de luta prolongada e à generalização no seu seio da teoria marxista, teoria científica elaborada por Marx e Engels a partir da dita experiência.<br /><br />O mesmo se passou no que respeita ao conhecimento do povo chinês sobre o imperialismo. A primeira etapa foi a do conhecimento sensorial, superficial, tal como se manifestou nas lutas indiscriminadas contra os estrangeiros, ocorridas durante os movimentos do Reino Celestial Taiping, do Yijetuan e outros. Só na segunda etapa, a do conhecimento racional, o povo chinês discerniu as diferentes contradições internas e externas do imperialismo e compreendeu a verdade essencial de que o imperialismo, em aliança com a burguesia compradora e a classe feudal, oprimia e explorava as amplas massas populares da China; tal conhecimento começou com o período do Movimento de 4 de Maio de 1919.<br /><br />Vejamos, agora, a guerra. Se os dirigentes militares carecerem de experiência militar, no início não poderão compreender as leis profundas que regem o desenvolvimento de uma guerra específica (por exemplo, a nossa Guerra Revolucionária Agrária dos últimos dez anos). No início, só poderiam adquirir a experiência de numerosos combates e, o que é mais, sofreriam muitas derrotas. No entanto, essa experiência (a experiência dos combates ganhos e, sobretudo, a dos perdidos) permitir-lhes-iam compreender o que por dentro articula toda a guerra, quer dizer, as leis dessa guerra específica, compreender a estratégia e as tácticas e, por essa via, dirigi-la com segurança. Se nesse momento se confiasse a direção da guerra a alguém inexperiente, esse alguém também teria que sofrer uma série de derrotas (quer dizer, adquirir experiência) antes de conseguir compreender as verdadeiras leis da guerra.<br /><br />Com frequência, ouve-se dizer a alguns camaradas sem coragem para aceitar uma dada tarefa: "não estou certo de poder cumpri-la". Por que é que pensam assim? Porque não compreendem o conteúdo e as condições desse trabalho de acordo com as leis que o regem, porque não tiveram ou tiveram muito pouco contato com semelhante trabalho, de forma que não se pode dizer que conheçam tais leis. Mas, depois de uma análise detalhada da natureza e das condições desse trabalho, sentir-se-ão relativamente confiantes e aceitá-lo-ão com satisfação. Se se dedicarem a ele por algum tempo e adquirirem experiência, e se estiverem dispostos a estudar a situação com prudência, em vez de considerarem as coisas de maneira subjetiva, unilateral e superficial, serão capazes de chegar por si próprios a conclusões sobre como deve ser realizada a tarefa e fá-la-ão com muito maior coragem. Só quem tem uma visão subjetiva, unilateral e superficial dos problemas, se põe a dar ordens presunçosamente logo que chega a um novo posto, sem levar em conta as circunstâncias, sem examinar as coisas na sua totalidade (a sua história e a sua situação atual considerada como um todo) nem apreender a sua essência (a sua natureza e as suas ligações internas com as outras coisas). Inevitavelmente semelhante gente tropeça e cai.<br /><br />Em consequência, o primeiro passo no processo do conhecimento é o contato com os fenômenos do mundo exterior: a etapa das sensações. O segundo é a síntese dos dados fornecidos pelas sensações, ordenando-os e elaborando-os: a etapa dos conceitos, dos juízos e das deduções. Só quando os dados recebidos pelas sensações são muitos e ricos (não fragmentários e incompletos) e estão de acordo com a realidade (que não resultem de um erro dos sentidos), podem servir de base para formar conceitos corretos e uma teoria correta.<br /><br />Cumpre sublinhar dois pontos importantes. O primeiro, que se assinalou acima mas que convém reiterar, é a dependência do conhecimento racional relativa ao conhecimento sensorial. É idealista quem considera possível que o conhecimento racional não provenha do conhecimento sensorial. Na história da filosofia houve a escola "racionalista", que só reconhecia a realidade da razão, negava a realidade da experiência, afirmava que não se podia fazer confiança a não ser na razão e nunca na experiência proveniente da percepção sensível; o seu erro consistia em inverter os fatos. O conhecimento racional merece crédito precisamente porque tem origem no sensorial; de outro modo, o conhecimento racional seria um rio sem nascente, uma árvore sem raízes, qualquer coisa exclusivamente subjetiva, autogerada e indigna de confiança. Na ordem do processo do conhecimento, a experiência sensorial vem em primeiro lugar; se vincamos a importância da prática social no processo do conhecimento é porque só ela pode dar origem ao conhecimento humano permitindo aos homens começarem a adquirir experiência sensorial do mundo exterior objetivo. Para uma pessoa que fecha os olhos e tapa os ouvidos e se isola totalmente do mundo exterior objetivo, não há conhecimento possível. O conhecimento inicia-se com a experiência: esse é o princípio materialista da teoria do conhecimento.<br /><br />O segundo ponto é a necessidade de aprofundá-lo, a necessidade de o desenvolver da etapa sensorial para a racional: é aqui que está a dialética da teoria do conhecimento [5]. Pensar que o conhecimento poda ficar na etapa inferior, sensorial, e que apenas é digno de crédito o conhecimento sensorial e não o racional, significa cair no "empirismo", erro já conhecido na História. O erro desta teoria consiste em ignorar que os dados proporcionados pelas sensações, ainda que constituam reflexos de determinadas realidades do mundo exterior objetivo (aqui não me refiro ao empirismo idealista, que reduz a experiência à chamada introspecção), não passam de unilaterais e superficiais reflexos dos fenômenos, que não traduzem a essência das coisas. Para refletir plenamente uma coisa na sua totalidade, para refletir a sua essência e as suas leis internas, é preciso proceder a uma operação mental, submeter os ricos dados percepcionados pelos sentidos a uma elaboração que consiste em rejeitar a casca para ficar com o grão, eliminar o falso para conservar o verdadeiro, passar de um aspecto a outro e do externo ao interno, formando assim um sistema de conceitos e teorias; é preciso saltar do conhecimento sensorial ao conhecimento racional. Esta elaboração não torna os conhecimentos menos ricos nem menos dignos de confiança. Pelo contrário, tudo aquilo que no processo do conhecimento foi elaborado cientificamente com base na prática, reflete a realidade objetiva, como diz Lenine, de forma mais profunda, verdadeira e completa. Os "práticos" vulgares não procedem assim; respeitam a experiência mas desprezam a teoria e, em consequência, não podem ter uma visão que abranja um processo objetivo na sua totalidade, falta-lhes uma orientação clara e uma perspectiva de longo alcance, e embriagam-se com os seus êxitos ocasionais e com fragmentos da verdade. Se essas pessoas dirigissem a revolução, conduzi-la-iam a um beco sem saída.<br /><br />O conhecimento racional depende do conhecimento sensorial, e este deve desenvolver-se em conhecimento racional: tal é a teoria materialista dialética do conhecimento. Na filosofia, nem o "racionalismo" nem o "empirismo" entendem o carácter histórico ou dialético do conhecimento, e ainda que cada uma destas escolas contenha um aspecto da verdade (refiro-me ao racionalismo e ao empirismo materialistas, e não idealistas), ambas são errôneas quanto à teoria do conhecimento no seu conjunto. O movimento materialista dialético do conhecimento sensorial ao racional tem lugar quer num pequeno processo cognitivo (por exemplo, conhecer uma só coisa, um só trabalho) quer num grande processo (por exemplo, conhecer uma dada sociedade ou uma dada revolução).<br /><br />No entanto, o movimento do conhecimento não acaba aí. Se o movimento materialista dialético do conhecimento se detivesse no conhecimento racional, seria resolvida apenas metade do problema e, mais ainda, segundo a filosofia marxista, a metade menos importante. A filosofia marxista considera que o problema mais importante não consiste em compreender as leis do mundo objetivo para estar em condições de interpretá-lo, mas sim em aplicar o conhecimento dessas leis para transformá-lo ativamente. Para o marxismo, a teoria é importante, e a sua importância está plenamente expressa na seguinte frase de Lenine: "sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário" [6]. Mas o marxismo só vinca a importância da teoria precisa e unicamente porque pode guiar a atividade prática. Se tivermos uma teoria justa, mas nos contentarmos em fazer dela um tema de conversa e a deixarmos arquivada em lugar de pô-la em prática, semelhante teoria, por melhor que seja, carecerá de qualquer significação. O conhecimento começa pela prática, e todo o conhecimento teórico, adquirido através da prática, deve ser de novo levado à prática. A função ativa do conhecimento não se manifesta apenas no salto ativo do conhecimento sensorial para conhecimento racional, mas também, o que é ainda mais importante, deve manifestar-se no salto do conhecimento racional à prática revolucionária. O conhecimento adquirido sobre as leis do mundo deve ser dirigido de novo à prática transformadora do mundo, há que aplicá-lo novamente na prática da produção, na prática da luta de classes revolucionária e da luta nacional revolucionária, bem como na prática da experimentação científica. Eis o processo de comprovação e desenvolvimento da teoria, a continuação do processo global do conhecimento. O problema de saber se uma teoria corresponde à verdade objetiva não se resolve nem pode resolver-se completamente no movimento do conhecimento sensorial ao conhecimento racional anteriormente descrito. O único meio para resolver completamente este problema é dirigir de novo o conhecimento racional para a prática social, aplicar a teoria à prática e verificar se conduz aos objetivos propostos. Muitas teorias das ciências naturais são reconhecidas como verdadeiras não apenas porque foram criadas por cientistas, mas porque foram comprovadas pela prática científica ulterior. Igualmente, o marxismo-leninismo é reconhecido como verdade não só porque esta doutrina foi elaborada cientificamente por Marx, Engels, Lenine e Estaline, mas porque foi comprovada na prática ulterior da luta de classes e da luta nacional revolucionária. O materialismo dialético é uma verdade universal porque ninguém, na sua prática, pode fugir ao seu domínio. A história do conhecimento humano ensina-nos que a verdade de muitas teorias era incompleta e que a comprovação na prática permitiu corrigi-las. É por isto que a prática é o critério da verdade e que "o ponto de vista da vida, da prática, deve ser o ponto de vista primordial e fundamental da teoria do conhecimento" [7]. Estaline tinha razão ao dizer: "a teoria resulta sem objeto se não estiver vinculada à prática revolucionária, exactamente do mesmo modo que a prática resulta cega se a teoria revolucionária não iluminar o seu caminho" [8] .<br /><br />Consuma-se aqui o movimento do conhecimento? Respondemos sim e não. Quando os homens, como membros da sociedade, se dedicam à prática transformadora de um determinado processo objetivo (quer natural, quer social), numa etapa determinada do seu desenvolvimento, podem, como consequência do reflexo do processo objetivo no seu cérebro e da sua própria atividade consciente, fazer avançar o seu conhecimento desde um grau sensorial até um grau racional, e criar ideias, teorias, planos ou projetos que correspondam, em termos gerais, às leis que regem o processo objetivo em questão. A seguir, levam essas ideias, teorias, planos ou projetos à prática desse mesmo processo objetivo. Se atingirem os objetivos formulados, quer dizer, se na prática desse processo conseguirem realizar as ideias, teorias, planos ou projetos previamente elaborados, ou realizá-los em linhas gerais, então pode considerar-se consumado o movimento do conhecimento desse processo específico. Podem dar-se por atingidos os objetivos previstos quando, por exemplo, no processo de transformar a natureza, se realiza um projeto de engenharia, se verifica uma hipótese científica, se fabrica um utensílio ou se colhe uma cultura, ou, no processo de transformar a sociedade, o sucesso de uma greve, a vitória numa guerra, ou se cumpre um plano de educação. Porém, geralmente, quer na prática que transforma a natureza, quer na que transforma a sociedade, só muito ocasionalmente é que se realizam sem qualquer alteração as ideias, teorias, planos ou projetos previamente elaborados pelos homens. Isto deve-se a que as pessoas que se dedicam à transformação da realidade estão sempre sujeitas a numerosas limitações; não apenas pelas condições científicas e técnicas existentes, como também pelo desenvolvimento do próprio processo objetivo e o grau em que este se manifesta (por ainda não terem sido completamente revelados os diferentes aspectos e a essência do próprio processo objetivo). Nesta situação, devido a que, no decurso da prática, se descobrem circunstâncias imprevistas, frequentemente se modificam parcialmente e por vezes mesmo completamente as ideias, teorias, planos ou projetos. Dito por outras palavras, há casos em que as ideias, teorias, planos ou projetos originais não correspondem, em parte ou no todo, à realidade, são parcial ou totalmente errados. Em muitos casos, só após repetidos fracassos se consegue corrigir os erros, e se faz o conhecimento concoincidir com as leis do processo objetivo e, portanto, e assim transformar o subjetivo em objetivo, quer dizer, atingir na prática os resultados esperados. Em todo o caso, quando se chega a este ponto, pode considerar-se consumado o movimento do conhecimento humano relativamente a um dado processo objetivo numa etapa determinada do seu desenvolvimento.<br /><br />No entanto, considerando o processo no seu desenvolvimento, o movimento do conhecimento humano não está terminado. Em virtude das suas contradições e lutas internas, todo o processo, quer natural quer social, progride e desenvolve-se e, em consonância com esse desenvolvimento, também o movimento do conhecimento humano tem que progredir e desenvolver-se. Quando se trata de movimentos sociais, os autênticos dirigentes revolucionários não só devem saber corrigir os erros que se descubram nas suas ideias, teorias, planos ou projetos, da forma afirmada anteriormente, como também devem saber avançar e mudar no seu conhecimento subjetivo, consoante um determinado processo objetivo avança e muda passando de uma etapa de desenvolvimento a outra, e conseguir que todos os que participam na revolução façam o mesmo, quer dizer, devem chegar ao ponto de saber corresponder às mudanças produzidas na situação, novas tarefas revolucionárias e novos planos de trabalho. Num período revolucionário, a situação muda muito rapidamente e, se o conhecimento dos revolucionários não muda também tão rapidamente quanto a situação, estes tornar-se-ão incapazes de conduzir a revolução à vitória.<br /><br />Todavia, acontece frequentemente que as ideias se atrasam em comparação com a realidade; isto é devido ao fato de o conhecimento dos homens estar limitado por numerosas condições sociais. Opomo-nos aos teimosos nas fileiras revolucionárias, porque as suas ideias não progridem ao ritmo de mudança da situação objetiva, o que, na história, se tem revelado como oportunismo de direita. Essas pessoas não vêem que a luta dos contrários já fez avançar o processo objetivo, enquanto que o seu conhecimento ainda permanece na etapa precedente. Isto é característico do pensamento de todos os teimosos. As suas ideias estão defasadas da prática social, não são capazes de guiar o carro do progresso social, limitam-se a seguir-lhe o rastro, resmungando que o carro vai demasiado rápido e tentando atrasá-lo ou inverter-lhe a marcha.<br /><br />Também nos opomos ao vácuo palavreado de "esquerda". As ideias dos "esquerdistas" passam por cima de uma determinada etapa de desenvolvimento do processo objetivo; uns tomam as suas fantasias por verdades, outros pretendem realizar à força, no presente, ideais que só são realizáveis no futuro. Afastadas da prática presente da maioria das pessoas e da realidade do momento, as suas ideias traduzem-se na ação prática em aventureirismo.<br /><br />O idealismo e materialismo mecanicista, o oportunismo e o aventureirismo, caracaterizam-se pela ruptura entre o subjetivo e o objetivo, pela separação entre o conhecimento e a prática. A teoria marxista-leninista do conhecimento, caracterizada pela prática social científica, não pode deixar de se opor categoricamente a estas concepções erradas. Os marxistas reconhecem que, no processo geral absoluto do desenvolvimento do universo, o desenvolvimento de cada processo determinado é relativo e que, por isso, na corrente infinita da verdade absoluta, o conhecimento humano de cada processo concreto e particular, em cada etapa do seu desenvolvimento, é só uma verdade relativa. A soma total das incontáveis verdades relativas é que constitui a verdade absoluta [9]. O desenvolvimento de qualquer processo objetivo está cheio de contradições e lutas, como também o está o desenvolvimento do movimento do conhecimento humano. Todo movimento dialético do mundo objetivo reflete-se, mais tarde ou mais cedo, no conhecimento humano. Na prática social, o processo de nascimento, desenvolvimento e extinção é infinito. Igualmente infinito é o processo de nascimento, desenvolvimento e extinção no conhecimento humano. É justamente porque a prática do homem, que transforma a realidade objetiva de acordo com determinadas ideias, teorias, planos ou projetos, progride constantemente que o conhecimento humano da realidade objetiva se aprofunda sem cessar. O movimento de mudança no mundo da realidade objetiva é eterno e ilimitado; igualmente eterno e ilimitado é o processo de conhecimento da verdade que os homens prosseguem através da prática. O marxismo-leninnismo não põe fim, de modo algum, à descoberta da verdade; pelo contrário, ele abre sem cessar o caminho para conhecimento da verdade no processo da prática. A nossa conclusão é que nós somos pela unidade concreta e histórica do subjetivo e do objetivo, da teoria e da prática, do saber e do fazer, e opomo-nos a todas as concepções erradas, de "esquerda" e de direita, que se afastam da história concreta.<br /><br />Na presente época do desenvolvimento na sociedade, a história fez recair sobre os ombros do proletariado e do seu partido a responsabilidade de conhecer com exactidão o mundo e transformá-lo. Este processo, o da prática transformadora do mundo, determinado na base do conhecimento científico, atingiu já um momento histórico na China e no mundo inteiro, um grande momento sem precedentes na história, isto é, o momento de acabar completamente com as trevas na China e no resto do mundo, de transformar o nosso mundo num mundo radioso, nunca visto antes. A luta do proletariado e dos povos revolucionários pela transformação do mundo implica o cumprimento das seguintes tarefas: transformar o mundo objetivo e, ao mesmo tempo, transformar o seu próprio mundo subjetivo, quer dizer, as capacidades cognitivas de cada um e o relacionamento entre o mundo subjetivo de cada um e o mundo objetivo. Estas transformações já estão em marcha numa parte do globo terrestre, a União Soviética, onde se continua a aprofundar esse processo de transformações. Os povos da China e do resto do mundo também estão a passar ou passarão por semelhante processo. O mundo objetivo a transformar inclui igualmente todos os adversários destas transformações, que têm de passar por uma etapa de coação antes de poderem entrar na etapa de transformação consciente. A época em que a humanidade inteira proceda de maneira consciente à sua própria transformação e à do mundo, será a época do comunismo mundial.<br /><br />Descobrir a verdade através da prática e, mais uma vez através da prática, comprová-la e desenvolvê-la. Partir do conhecimento sensorial e desenvolvê-lo ativamente convertendo-o em conhecimento racional; passar do conhecimento racional à direção ativa da prática revolucionária para transformar o mundo subjetivo e o mundo objetivo. Praticar, conhecer, praticar outra vez e conhecer de novo. Esta forma repete-se em infinitos ciclos e, a cada ciclo, o conteúdo da prática e do conhecimento eleva-se a um nível cada vez mais alto. Tal é, no seu conjunto, a teoria materialista-dialética do conhecimento, e tal é a teoria materialista-dialética da unidade do saber com a prática.<br /><br />Julho de 1937<br /><br />Comentário:<br /><br />Esta versão em português deste importante texto de Mao Tsé-tung foi elaborada a partir de tradução galega do mesmo e da comparação com a edição em português do I Tomo das obras escolhidas de Mao Tsé-tung das Edições Pekim. Essas duas versões são bastante diferentes, embora nos pareça que a edição galega foi elaborada por tradução da versão inglesa (não temos a certeza). A versão das edições Pekim, possivelmente por ter sido elaborada por alguém relativamente desconhecedor da cultura portuguesa, está escrita em linguagem pouco habitual, se bem que correta. Daí a necessidade da confrontação das duas versões. Os critérios fundamentais foram os seguintes: a simplificação da linguagem sem alterar o sentido; entre a palavra "sensível" utilizada na versão das edições Pekim e a palavra "sensorial" da versão galega, optamos por "sensorial" dado que, se bem que os seus significados sejam muito similares, hoje predomina para "sensível" o significado de "que é detectável pelos sentidos", enquanto que para "sensorial" predomina o significado de "proveniente dos sentidos" que se adequa melhor ao contexto. Também coisa, fenômeno e fato estão traduzidos diferentemente numa e noutra versão. Aqui a opção foi, só empregar a palavra "fenômeno" quando não existiram dúvidas de que o sentido era o da "aparência das coisas", Por certo haverá alguma coisa a corrigir. Cuidaremos para que tal se venha a fazer. (http://textosmarxistas.blogs.sapo.pt/3796.html)<br /><br />Notas:<br /><br />[1] V. I. Lenine: Resumo do livro de Hegel "Ciência da lógica" - Cadernos Filosóficos<br /><br />[2] Ver C. Marx, Teses sobre Feuerbach e V. I. Lenine, Materialismo e empiriocriticismo - capítulo II, seção 6<br /><br />[3] Célebre romance histórico chinês escrito por Luo Kuan-chung (1330-1400)<br /><br />[4] V. I. Lenine: Resumo do livro de Hegel "Ciência da lógica" - Cadernos Filosóficos<br /><br />[5] Ver V. I. Lenine: Resumo do livro de Hegel "Ciência da lógica" - Cadernos Filosóficos: "Para compreender, há que começar a compreender e a estudar de uma maneira empírica, e elevar-se do empírico ao geral."<br /><br />[6] V. I. Lenine: Que fazer? - capítulo I, seção 4<br /><br />[7] V. I. Lenine: Materialismo e empiriocriticismo - capítulo II, seção 6<br /><br />[8] J. V. Staline: "Os fundamentos do leninismo"<br /><br />[9] Veja-se V. I. Lenin, Materialismo e empiriocriticismo - capítulo II, seção 5<br /><br />* * *<br /><br />Esta página encontra-se em www.cecac.org.br<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-28924108539023617922010-06-24T10:37:00.001-03:002010-06-24T10:37:34.068-03:00José Saramago<p style="text-align: justify;">Por todo o mundo, se lamenta a morte do grande escritor comunista português José Saramago.</p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;" class="content"> <p>A literatura universal perde um de seus maiores mestres. De origens camponesas, apesar de ter trabalhado em diversos ofícios antes de se dedicar à escrita, Saramago nos propõe, a partir de seus romances, que reflitamos sobre alguns dos principais dilemas humanos.</p> <p>Logo naquele que é considerado seu primeiro grande livro, chamado “Levantado do Chão”, nos descreve tão bem a tragédia do camponês do sul de Portugal na luta para ver a terra dividida.</p> <p>O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sente profundamente a perda desse grande intelectual. Mas, acima de tudo, sentimos a perda de um amigo e camarada.</p> <p>Amigo que sempre tivemos por perto na defesa das mesmas bandeiras de Reforma Agrária, igualdade e justiça social, sem nunca esconder a sua posição política.</p> <p>Amigo do qual recebemos sempre solidariedade. Seja na forma de palavras, seja com ações concretas, como a que teve para conosco quando se somou à exposição e livro de fotografias Terra, juntamente com Sebastião Salgado e Chico Buarque, em 1997. Graças a essa iniciativa, pudemos iniciar a construção de nossa escola nacional.</p> <p>Ou quando recusou, em agosto de 1999, receber o título de doutor “honoris causa” no Pará, em sinal de protesto contra o andamento do julgamento do massacre de 19 Sem Terra em Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996.</p> <p>Nós, Sem Terra do Brasil, seremos sempre gratos à sua solidariedade. E nossa maior homenagem lhe prestamos por meio da nossa luta por uma vida digna para os trabalhadores rurais do Brasil e do mundo.</p> <p>E assim como ele seguiremos solidários com todos os povos oprimidos, como do Haiti e da Palestina.</p> <p>Suas palavras e seu exemplo continuarão sempre a incitar a nossa reflexão e luta, como essas:</p> <p><em>O mal é não estarmos organizados, devia haver uma organização em cada prédio, em cada rua, em cada bairro, Um governo, disse a mulher, Uma organização, o corpo também é um sistema organizado, está vivo enquanto se mantém organizado, e a morte não é mais do que o efeito de uma desorganização,… (José Saramago, em "Ensaio Sobre a Cegueira")</em></p> <p><strong>Secretaria Nacional do MST</strong></p> <h1 class="title">Suspiros lusitanos</h1> <p><em>Por Ademar Bogo<br />Da coordenação nacional do MST</em><br />.</p> <p>Se um suspiro, leve e lusitano<br />Zumbir nas almas das nações imensas<br />É o comunista que para além das crenças<br />Silenciosamente da vida física se dispensa.</p> <p>Vai pessoalmente viver a eternidade<br />E olhar de perto na tez do criador<br />Que pelas criaturas foi subjugado<br />E obrigado a justificar o horror.</p> <p>Irá verificar que as guerras entre os deuses não existem<br />Pois são apenas conflitos da existência<br />Que os homens criam e põe-se a conflitar<br />Pedindo a Deus que tome providências.</p> <p>E faça sempre o mais forte vitorioso<br />Abençoado pelas cruéis vitórias<br />Para deixar nos livros registrados<br />Os escritos que reflitam a superior memória.</p> <p>Tudo o que disse são sobre os seus dilemas<br />Ficam como dizeres formulados<br />Se não dava nem acreditava em conselhos<br />É porque queria vê-los por conta experimentados.</p> <p>Os próprios passos seriam os conselheiros<br />E os conselheiros caminhantes e aprendizes;<br />Se os erros deveriam ser experiênciados<br />Com os acertos formariam matrizes.</p> <p>Era a crença de um apaixonado<br />Que a si mesmo o saber se concedeu<br />Porque acima de todas as verdades<br />Acreditava que não existe o absoluto ateu.</p> <p>Por sobre as oliveiras e as corticeiras<br />Versos e letras irradiarão verdades<br />A qualquer tempo virarão consciências<br />E viverás nos povos em forma de saudades.</p> <p>Assim abrimos o tempo enlutado<br />Para purgar a dor do prejuízo humano<br />Se no passado choramos escravizados<br />Hoje, nossos suspiros também são lusitanos*.<br />.</p> <p><em>* Os lusitanos (povos Lusis) constituíram um conjunto de povos ibéricos pré-romanos de origem indo-europeia que habitaram a parte Oeste da Península Ibérica Em 29 a.C., tendo à frente o líder Viriato, resistiram a invasão, através de guerrilhas e emboscadas. Mais tarde foi criada a província romana da Lusitânia nos territórios, que atualmente é Portugal. Por esta razão, os povos que falam línguas que tem como tronco a língua indo-europeia, como português e espanhol, principalmente, somos todos descendentes do povo guerreiro, lusitano. Por isso, choramos a morte do irmão e companheiro José Saramago, falecido em 18 de junho de 2010</em></p> <div id="content-title"> <h1 class="title">Leia prefácio do livro "Terra" escrito por José Saramago</h1></div><span class="date">19 de junho de 2010</span> <div class="content"> <p><br />O massacre de Eldorado dos Carajás completava um ano. Dezenove integrantes do MST haviam sido brutalmente assassinados pela polícia. Em abril de 1997, o fotógrafo Sebastião Salgado, o escritor português José Saramago e o compositor Chico Buarque lançam um livro/cd para relembrar o fato e marcar a importância da luta pelo chão: Terra (Companhia das Letras, 1999).</p> <p>As fotos de Salgado retratam de forma realista os assentamentos e a vida dos trabalhadores rurais. A introdução, a cargo de Saramago, é dura. Lembra das promessas não-cumpridas do governo brasileiro pela reforma agrária.</p> <p>Entre as canções de Chico, duas exclusivas: Levantados do Chão (com Milton Nascimento) e Assentamento, que narra o sentimento de um migrante ao perceber que a cidade grande “não mora” mais nele. (informações de Brasil Almanaque da Cultura Popular)</p> <p>Abaixo, leia o prefácio do livro, escrito por José Saramago<br />.</p> <p><em>É difícil defender<br />só com palavras a vida<br />(ainda mais quando ela é<br />esta que vê, severina). </em><br /><strong>João Cabral de Melo Neto </strong></p> <p>Oxalá não venha nunca à sublime cabeça de Deus a idéia de viajar um dia a estas paragens para certificar-se de que as pessoas que por aqui mal vivem, e pior vão morrendo, estão a cumprir de modo satisfatório o castigo que por ele foi aplicado, no começo do mundo, ao nosso primeiro pai e à nossa primeira mãe, os quais, pela simples e honesta curiosidade de quererem saber a razão por que tinham sido feitos, foram sentenciados, ela, a parir com esforço e dor, ele, a ganhar o pão da família com o suor do seu rosto, tendo como destino final a mesma terra donde, por um capricho divino, haviam sido tirados, pó que foi pó, e pó tornará a ser. Dos dois criminosos, digamo-lo já, quem veio a suportar a carga pior foi ela e as que depois dela vieram, pois tendo de sofrer e suar tanto para parir, conforme havia sido determinado pela sempre misericordiosa vontade de Deus, tiveram também de suar e sofrer trabalhando ao lado dos seus homens, tiveram também de esforçar-se o mesmo ou mais do que eles, que a vida, durante muitos milénios, não estava para a senhora ficar em casa, de perna estendida, qual rainha das abelhas, sem outra obrigação que a de desovar de tempos a tempos, não fosse ficar o mundo deserto e depois não ter Deus em quem mandar.</p> <p>Se, porém, o dito Deus, não fazendo caso de recomendações e conselhos, persistisse no propósito de vir até aqui, sem dúvida acabaria por reconhecer como, afinal, é tão pouca coisa ser-se um Deus, quando, apesar dos famosos atributos de omnisciência e omnipotência, mil vezes exaltados em todas as línguas e dialectos, foram cometidos, no projecto da criação da humanidade, tantos e tão grosseiros erros de previsão, como foi aquele, a todas as luzes imperdoável, de apetrechar as pessoas com glândulas sudoríparas, para depois lhes recusar o trabalho que as faria funcionar - as glândulas e as pessoas. Ao pé disto, cabe perguntar se não teria merecido mais prémio que castigo a puríssima inocência que levou a nossa primeira mãe e o nosso primeiro pai a provarem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A verdade, digam o que disserem autoridades, tanto as teológicas como as outras, civis e militares, é que, propriamente falando, não o chegaram a comer, só o morderam, por isso estamos nós como estamos, sabendo tanto do mal, e do bem tão pouco.</p> <p>Envergonhar-se e arrepender-se dos erros cometidos é o que se espera de qualquer pessoa bem nascida e de sólida formação moral, e Deus, tendo indiscutivelmente nascido de Si mesmo, está claro que nasceu do melhor que havia no seu tempo. Por estas razões, as de origem e as adquiridas, após ter visto e percebido o que aqui se passa, não teve mais remédio que clamar mea culpa, mea maxima culpa, e reconhecer a excessiva dimensão dos enganos em que tinha caído. É certo que, a seu crédito, e para que isto não seja só um contínuo dizer mal do Criador, subsiste o facto irrespondível de que, quando Deus se decidiu a expulsar do paraíso terreal, por desobediência, o nosso primeiro pai e a nossa primeira mãe, eles, apesar da imprudente falta, iriam ter ao seu dispor a terra toda, para nela suarem e trabalharem à vontade. Contudo, e por desgraça, um outro erro nas previsões divinas não demoraria a manifestar-se, e esse muito mais grave do que tudo quanto até aí havia acontecido.</p> <p>Foi o caso que estando já a terra assaz povoada de filhos, filhos de filhos e filhos de netos da nossa primeira mãe e do nosso primeiro pai, uns quantos desses, esquecidos de que sendo a morte de todos, a vida também o deveria ser, puseram-se a traçar uns riscos no chão, a espetar umas estacas, a levantar uns muros de pedra, depois do que anunciaram que, a partir desse momento, estava proibida (palavra nova) a entrada nos terrenos que assim ficavam delimitados, sob pena de um castigo, que segundo os tempos e os costumes, poderia vir a ser de morte, ou de prisão, ou de multa, ou novamente de morte. Sem que até hoje se tivesse sabido porquê, e não falta quem afirme que disto não poderão ser atiradas as responsabilidades para as costas de Deus, aqueles nossos antigos parentes que por ali andavam, tendo presenciado a espoliação e escutado o inaudito aviso, não só não protestaram contra o abuso com que fora tornado particular o que até então havia sido de todos, como acreditaram que era essa a irrefragável ordem natural das coisas de que se tinha começado a falar por aquelas alturas. Diziam eles que se o cordeiro veio ao mundo para ser comido pelo lobo, conforme se podia concluir da simples verificação dos factos da vida pastoril, então é porque a natureza quer que haja servos e haja senhores, que estes mandem e aqueles obedeçam, e que tudo quanto assim não for será chamado subversão.</p> <p>Posto diante de todos estes homens reunidos, de todas estas mulheres, de todas estas crianças (sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra, assim lhes fora mandado), cujo suor não nascia do trabalho que não tinham, mas da agonia insuportável de não o ter, Deus arrependeu-se dos males que havia feito e permitido, a um ponto tal que, num arrebato de contrição, quis mudar o seu nome para um outro mais humano. Falando à multidão, anunciou: “A partir de hoje chamar-me-eis Justiça.” E a multidão respondeu-lhe: “Justiça, já nós a temos, e não nos atende. Disse Deus: “Sendo assim, tomarei o nome de Direito.” E a multidão tornou a responder-lhe: “Direito, já nós o temos, e não nos conhece." E Deus: "Nesse caso, ficarei com o nome de Caridade, que é um nome bonito.” Disse a multidão: “Não necessitamos caridade, o que queremos é uma Justiça que se cumpra e um Direito que nos respeite.” Então, Deus compreendeu que nunca tivera, verdadeiramente, no mundo que julgara ser seu, o lugar de majestade que havia imaginado, que tudo fora, afinal, uma ilusão, que também ele tinha sido vítima de enganos, como aqueles de que se estavam queixando as mulheres, os homens e as crianças, e, humilhado, retirou-se para a eternidade. A penúltima imagem que ainda viu foi a de espingardas apontadas à multidão, o penúltimo som que ainda ouviu foi o dos disparos, mas na última imagem já havia corpos caídos sangrando, e o último som estava cheio de gritos e de lágrimas.<br /><br />No dia 17 de Abril de 1996, no estado brasileiro do Pará, perto de uma povoação chamada Eldorado dos Carajás (Eldorado: como pode ser sarcástico o destino de certas palavras...), 155 soldados da polícia militarizada, armados de espingardas e metralhadoras, abriram fogo contra uma manifestação de camponeses que bloqueavam a estrada em acção de protesto pelo atraso dos procedimentos legais de expropriação de terras, como parte do esboço ou simulacro de uma suposta reforma agrária na qual, entre avanços mínimos e dramáticos recuos, se gastaram já cinqüenta anos, sem que alguma vez tivesse sido dada suficiente satisfação aos gravíssimos problemas de subsistência (seria mais rigoroso dizer sobrevivência) dos trabalhadores do campo. Naquele dia, no chão de Eldorado dos Carajás ficaram 19 mortos, além de umas quantas dezenas de pessoas feridas. Passados três meses sobre este sangrento acontecimento, a polícia do estado do Pará, arvorando-se a si mesma em juiz numa causa em que, obviamente, só poderia ser a parte acusada, veio a público declarar inocentes de qualquer culpa os seus 155 soldados, alegando que tinham agido em legítima defesa, e, como se isto lhe parecesse pouco, reclamou processamento judicial contra três dos camponeses, por desacato, lesões e detenção ilegal de armas. O arsenal bélico dos manifestantes era constituído por três pistolas, pedras e instrumentos de lavoura mais ou menos manejáveis. Demasiado sabemos que, muito antes da invenção das primeiras armas de fogo, já as pedras, as foices e os chuços haviam sido considerados ilegais nas mãos daqueles que, obrigados pela necessidade a reclamar pão para comer e terra para trabalhar, encontraram pela frente a polícia militarizada do tempo, armada de espadas, lanças e alabardas. Ao contrário do que geralmente se pretende fazer acreditar, não há nada mais fácil de compreender que a história do mundo, que muita gente ilustrada ainda teima em afirmar ser complicada demais para o entendimento rude do povo.</p> <p>Pelas três horas da madrugada do dia 9 de Agosto de 1995, em Corumbiara, no estado de Rondônia, 600 famílias de camponeses sem terra, que se encontravam acampadas na Fazenda Santa Elina, foram atacadas por tropas da polícia militarizada. Durante o cerco, que durou todo o resto da noite, os camponeses resistiram com espingardas de caça. Quando amanheceu, a polícia, fardada e encapuçada, de cara pintada de preto, e com o apoio de grupos de assassinos profissionais a soldo de um latifundiário da região, invadiu o acampamento. varrendo-o a tiro, derrubando e incendiando as barracas onde os sem-terra viviam. Foram mortos 10 camponeses, entre eles uma menina de 7 anos, atingida pelas costas quando fugia. Dois polícias morreram também na luta.</p> <p>A superfície do Brasil, incluindo lagos, rios e montanhas, é de 850 milhões de hectares. Mais ou menos metade desta superfície, uns 400 milhões de hectares, é geralmente considerada apropriada ao uso e ao desenvolvimento agrícolas. Ora, actualmente, apenas 60 milhões desses hectares estão a ser utilizados na cultura regular de grãos. O restante, salvo as áreas que têm vindo a ser ocupadas por explorações de pecuária extensiva (que, ao contrário do que um primeiro e apressado exame possa levar a pensar, significam, na realidade, um aproveitamento insuficiente da terra), encontra-se em estado de improdutividade, de abandono. sem fruto.</p> <p>Povoando dramaticamente esta paisagem e esta realidade social e económica, vagando entre o sonho e o desespero, existem 4 800 000 famílias de rurais sem terras. A terra está ali, diante dos olhos e dos braços, uma imensa metade de um país imenso, mas aquela gente (quantas pessoas ao todo? 15 milhões? mais ainda?) não pode lá entrar para trabalhar, para viver com a dignidade simples que só o trabalho pode conferir, porque os voracíssimos descendentes daqueles homens que primeiro haviam dito: “Esta terra é minha”, e encontraram semelhantes seus bastante ingénuos para acreditar que era suficiente tê-lo dito, esses rodearam a terra de leis que os protegem, de polícias que os guardam, de governos que os representam e defendem, de pistoleiros pagos para matar. Os 19 mortos de Eldorado dos Carajás e os 10 de Corumbiara foram apenas a última gota de sangue do longo calvário que tem sido a perseguição sofrida pelos trabalhadores do campo, uma perseguição contínua, sistemática, desapiedada, que, só entre 1964 e 1995, causou 1 635 vítimas mortais, cobrindo de luto a miséria dos camponeses de todos os estados do Brasil. com mais evidência para Bahia, Maranhão. Mato Grosso, Pará e Pernambuco, que contam, só eles, mais de mil assassinados.</p> <p>E a Reforma Agrária, a reforma da terra brasileira aproveitável, em laboriosa e acidentada gestação, alternando as esperanças e os desânimos, desde que a Constituição de 1946, na seqüência do movimento de redemocratização que varreu o Brasil depois da Segunda Guerra Mundial, acolheu o preceito do interesse social como fundamento para a desapropriação de terras? Em que ponto se encontra hoje essa maravilha humanitária que haveria de assombrar o mundo, essa obra de taumaturgos tantas vezes prometida, essa bandeira de eleições, essa negaça de votos, esse engano de desesperados? Sem ir mais longe que as quatro últimas presidências da República, será suficiente relembrar que o presidente José Sarney prometeu assentar 1.400.000 famílias de trabalhadores rurais e que, decorridos os cinco anos do seu mandato, nem sequer 140.000 tinham sido instaladas; será suficiente recordar que o presidente Fernando Collor de Mello fez a promessa de assentar 500.000 famílias, e nem uma só o foi; será suficiente lembrar que o presidente Itamar Franco garantiu que faria assentar 100.000 famílias, e só ficou por 20.000; será suficiente dizer, enfim, que o actual presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, estabeleceu que a Reforma Agrária irá contemplar 280.000 famílias em quatro anos, o que significará, se tão modesto objectivo for cumprido e o mesmo programa se repetir no futuro, que irão ser necessários, segundo uma operação aritmética elementar, setenta anos para assentar os quase 5.000.000 de famílias de trabalhadores rurais que precisam de terra e não a têm, terra que para eles é condição de vida, vida que já não poderá esperar mais. Entretanto, a polícia absolve-se a si mesma e condena aqueles a quem assassinou.<br /><br />O Cristo do Corcovado desapareceu, levou-o Deus quando se retirou para a eternidade, porque não tinha servido de nada pô-lo ali. Agora, no lugar dele, fala-se em colocar quatro enormes painéis virados às quatro direcções do Brasil e do mundo, e todos, em grandes letras, dizendo o mesmo: UM DIREITO QUE RESPEITE, UMA JUSTIÇA QUE CUMPRA.</p> <p>JOSÉ SARAMAGO</p> <p>1997</p></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-55441427014147187802010-06-09T23:18:00.000-03:002010-06-09T23:20:03.709-03:00Seminário do ICP no Rio de Janeiro<div style="text-align: justify;">O Instituto Caio Prado Jr. promove, nesta segunda-feira, dia 14 de junho, às 19 h, um Seminário sobre as contribuições de J. C. Mariátegui e Caio Prado Jr. para o pensamento socialista e comunista na América Latina.<br /><br />A mesa será formada por RENAN RAFFO, membro do Comitê Central do Partido Comunista Peruano e Presidente do Instituto J. C. Mariátegui (Lima, Peru), MAURO IASI, membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, Diretor do Instituto Caio Prado Júnior e Professor da UFRJ, e LEILA ESCORSSIN, Professora da UFRJ.<br /><br />O Seminário será realizado na UFRJ, CAMPUS DA PRAIA VERMELHA, no Auditório do CFCH (Anexo, Segundo Andar). A entrada poderá ser feita pela Av. Venceslau Brás (ao lado do Hospital Pinel) ou pela Av. Pasteur (em frente ao Iate Clube).</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1836140615132439019.post-33310386448525382922010-06-03T18:05:00.000-03:002010-06-03T18:05:45.289-03:00Um Exemplo para o Brasil. Uma aula de Resistência e Luta.<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica, clean, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 15px;"></span></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: small;"><div style="line-height: 1.2em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;"><div style="text-align: justify;">Eram duas horas da tarde desse 18 de Maio e a praça ainda estava vazia, chegava um ali outro aqui e nos olhos de quem era pontual com o horário de início de mais uma assembléia da <span class="yshortcuts" id="lw_1275598848_1" style="line-height: 1.2em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Greve</span> dos educadores de Minas um misto de ansiedade e angústia se esboçava nos olhares. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A tensão era evidente, pois chegávamos a 42 dias de greve e o Governo resolverá endurecer de vez e lançar talvez a última cartada. Todos os jornais anunciavam que a Greve iria acabar e que o sindicato iria aceitar o acordo do Governo. Muito boato, muito zum, zum, zum e de certo havia apenas a informação que no dia seguinte a ordem de demitir todos(as) os contratados e abrir processo administrativo contra os efetivos seria cumprido a risca.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas eis que chega um bumbo, entoando uma nota só com um cordão de educadores agitando-se em zigue e zague chamando a atenção da polícia e lá mais adiante chega um ônibus e dele dessem dezenas de mulheres com os rostos marcados pelo tempo, de semblante altivo e passo firme e não demora muito a praça antes vazia vai se enchendo de graça, de vida, de gente trabalhadora, de força e emoção...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quarenta e dois dias de luta, de resistência, de enfrentamento e de muita pressão por parte do governo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como não resolveu a mentira e a calúnia, veiculadas na imprensa pusilânime e vendida, como se não bastasse os pseudo-projetos de capacho-mor do Governo, que se lançam contra os grevistas, camuflados de representantes de pais de alunos, que só aparecem para falar mal dos educadores e serem contra a Greve, se não bastasse a repressão policial, as infiltrações e perseguições, se não bastasse o descaso e a ingratidão dos fura greves, a letargia de alguns e a omissão de outros, agora veio o Sr. Governador ter uma recaída e achar que é Ditador, impondo a categoria o castigo da demissão caso não cessasse o movimento?!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-Deixa estar! </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi o que uma auxiliar de serviços gerais repetia a cada acusação feita ao governo e seus comparsas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Deixa estar... Pois será que ele se esqueceu que essa mesma categoria dobrou o autoritarismo da Ditadura Militar em 79 e contra balas e canhões nós tínhamos apenas a indignação e a coragem e vencemos!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Deixa estar... Pois será que o Governo pensa que é tratando educadores como se fossem criminosos, fora da lei, com chibata e ameaças é que iremos recuar e como cordeirinhos voltar para as escolas, de cabeça baixa e ainda mais humilhados do que já somos? Pois quem pratica crime contra a educação e está fora da lei é o próprio governador que endividou a máquina pública, não cumpre com a lei do Piso Salarial em Minas, engana a população com as maquiagens feitas nas escolas, além de praticar falsidade ideológica quando diz que negocia e investe na educação!</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Deixa estar... Pois não deu outra, em menos de uma hora toda a praça estava lotada de vida e dignidade e sem vacilar nossa categoria deu uma aula para o Brasil de como resistir e lutar pela respeito a quem educa e só tem o conhecimento e a palavra como armas contra tanta opressão, safadeza e exploração desferida sobre os trabalhadores(as). </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Se vai demitir, então que demita! Gritava um trabalhador.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se vai cortar, então que corte logo, pois meu salário não enche meu armário! Gritava outro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E assim de protesto em protesto, de intervenção em intervenção, lado a lado, a multidão foi se aglomerando e no fim das falações o golpe final sobre aqueles que com mentiras e pressões veiculadas na imprensa apostavam fichas no fim da Greve.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Quinze mil punhos cerrados na praça e um longo e estrondante grito de GREVE, GREVE, GREVE, foi a resposta da categoria para todo o mundo ouvir!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Braços cruzados e escolas paradas é o resultado da falência do Governo <span class="yshortcuts" id="lw_1275598848_2" style="border-bottom-color: rgb(54, 99, 136); border-bottom-style: dotted; border-bottom-width: 2px; cursor: pointer; line-height: 1.2em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Aécio Neves</span>/ Anastásia (PSDB) que jogou no fundo do poço a educação pública de Minas afetando mais de 500 mil alunos em todo o Estado.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Em Minas ainda se respira liberdade, apesar dos pesados pesares... Ainda se mantém a esperança, apesar do ódio e do medo que foram propagados... Ainda há vida e dignidade, apesar de tentarem nos encarcerar e nos matar com tanta indiferença e hipocrisia.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Estão tentando acabar com o nosso movimento de todas as formas, fazer o que fizeram com nossos companheiros de São Paulo e nos dividir como aconteceu com os companheiros da rede municipal de <span class="yshortcuts" id="lw_1275598848_3" style="line-height: 1.2em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Belo Horizonte</span>. Mas a GREVE segue forte e quem está na luta segue unido e convencido cada vez mais de quem já não temos mais nada a perder a não ser as correntes da miséria que nos prendeu durante anos ao ostracismo e a senzala ao qual se transformou a educação sob a tutela do Governador encantado e maquiado, que um dia sonhou ser presidente do Brasil e aplicar seu choque de indigestão sobre o restante da nação.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Uma nova página da História da Luta dos trabalhadores(as) está sendo construída com sangue, suor e lágrimas nas ruas desse Estado a fora. Aqueles que ainda insistem em duvidar do poder da classe trabalhadora, da sua disposição e principalmente da sua força e unidade, que vá para as ruas e praças onde estamos dando uma aula de cidadania e luta, para aprender que não se deve subjugar e subestimar uma categoria radicalizada que já não tem mais nada a perder e que quanto mais o governo bate, mais unido, determinado e forte fica o nosso movimento.</div></div><div style="display: block; line-height: 1.2em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Viva a luta dos trabalhadores (as) em educação de Minas.</div><div style="text-align: justify;">Viva nossa vitoriosa GREVE.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Fábio Bezerra.</div><div style="text-align: justify;">(Trabalhador em educação e membro da INTERSINDICAL)</div></span>Pablo Limahttp://www.blogger.com/profile/10660601494106029204noreply@blogger.com0