domingo, 18 de setembro de 2011

REVISTA NOVOS TEMAS NÚMERO 04




Apresentação



A Revista Novos Temas traz, neste número, o seu primeiro dossiê que trata da questão da Comuna de Paris quando essa experiência de luta pelo poder, realizada pelos trabalhadores franceses, em especial pelos parisienses, faz 140 anos. Trata-se de um debate que tem motivado intelectuais e militantes marxistas na compreensão e aprofundamento do que representou a luta dos trabalhadores parisienses de 18 de março a 28 de maio de 1871. Foram 72 dias em que o futuro da humanidade esteve em disputa e os trabalhadores, que lutaram nas barricadas de Paris e que foram massacrados pelas tropas da contra-revolução, motivaram uma nova vaga revolucionária pós-primeira guerra mundial, com a Revolução Russa de 1917.



Neste dossiê, apresentamos, a partir da maturação do debate, da pesquisa e dos estudos, que, no decorrer do presente ano está movimentando os marxistas e revolucionários em encontrar pistas, conexões e perspectivas do que foi a Comuna de Paris, qual o seu legado histórico. Tem textos de intelectuais acadêmicos que tem grande envolvimento com a luta de classes em nosso país e que trouxeram para o debate recortes interpretativos que possibilitam entender a Comuna não como exemplo, mas como lição.



Publicamos os artigos dos professores João Quartim de Moraes, que discute as questões da Guerra Franco-prussiana, da revolução e da contra-revolução na França, em especial de 1870 a 1871, levando em considerações os antecedentes históricos, a posição de Marx e Engels sobre a Comuna e a reflexão sobre esse episódio histórico. Milton Pinheiro apresenta um debate sobre a Comuna de Paris a partir da Guerra, da instalação da dualidade de poder no decorrer dos episódios da Comuna e a discussão da possibilidade da transição que foi derrotada. O historiador Osvaldo Coggiola discorre sobre as relações da primeira internacional operária e a Comuna de Paris, utilizando-se dos clássicos para enfrentar esse debate. Mauro Iasi oferece um debate sobre a Comuna de Paris numa construção metafórica sobre as raízes terrenas da crítica ao céu. Paulo Barsotti trata da auto-emancipação dos trabalhadores e da necessidade da destruição do Estado. O Professor Antônio Carlos Mazzeo entra no debate de Lênin e a Comuna e, por fim, mas não por último, o cientista político e tradutor Luciano Martorano desenvolve a questão da socialização e Comuna no pensamento de Karl Korsch.



Esperamos, com esse número, contribuir para debater e aprofundar o acontecimento histórico que é considerado como a primeira revolução operária de nossos tempos, ao tempo em que homenageamos os trabalhadores, homens e mulheres que tombaram nas barricadas de Paris em defesa da humanidade. Aos comunardos que foram fuzilados no muro do cemitério Père-Lachaise, a bandeira vermelha que vocês levantaram continua sendo a bandeira da emancipação humana sob qual todos nós, marxistas e revolucionários lutamos.



Os Editores

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